quinta-feira, 22 de maio de 2014

Copa do Mundo: graça ou maldição?


Faltam 21 dias para a 20ª Copa do Mundo FIFA 2014. Edição que depois de tanto tempo e luta, será novamente realizada no Brasil. Desde sua anunciação, a copa tem tido muito destaque no âmbito nacional, vemos pessoas comentando em todos os lugares: no trabalho, nas ruas, na mídia, no grupo de amigos, e até naquele barzinho de esquina. Mas isso, já era de se esperar, afinal, estamos no país do futebol. Não obstante, aquele clima eufórico, de ruas enfeitadas de verde e amarelo, pessoas engajadas e comovidas pela paixão ao futebol, é quase inexistente. Muito pelo contrário, o que temos é um clima pesado, de insatisfação e indignação, causado pela má gestão pública e a putrefata corrupção, que já há muito tempo habita nas entranhas do país.
Sendo o Brasil, a maior potência Sul-americana e sexta mundial, tem por natureza muita visibilidade na mídia exterior, e que agora, é endossada por sediar o evento. A população (e não podemos descartar a ação opositória), despertou de um estado de torpor, e começou a reagir às precárias condições de infra e supraestrutura existentes no país, tendo como base de argumentação os altos gastos na construção de estádios e fomentação do turismo em detrimento das péssimas condições apresentadas anteriormente. No entanto, não podemos descartar os benefícios proporcionados pelo evento, como um alto investimento em obras na área de mobilidade urbana, que ultrapassa a casa dos 4 bilhões de reais.
Voltando novamente ao problema corrupção, e saindo um pouco da abrangência do evento, saliento como maior legado à população, a consciência política. Essa, que, espero eu, seja suficiente e abrangente a toda a população, para que nas eleições, que, por coincidência, ocorrerão neste mesmo ano, possamos votar mais conscientes, e colocar à frente deste país e seus estados, administradores mais competentes e compromissados com a nossa nação. Somente tendo isso como prioridade, podemos finalmente aproveitar a nossa paixão pela seleção, e quiçá ser reconhecidos não só como país do futebol, mas também como país do progresso.

Autor: Ademir Xavier

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