·
A
ÁFRICA E O TRAFICO NEGREIRO – A vida das sociedades africanas alterou-se
com a chegada dos europeus no século XV. Os primeiros a desembarcar foram os
portugueses, que construíram feitorias ao longo do litoral e procuraram
monopolizar a rede comercial africana. Em troca de ouro, marfim e escravos, os
portugueses ofereciam tecidos, metais, ferramentas, aguardente, cavalos e
armas. No início eram os mercadores portugueses que capturavam os africanos.
Depois, os próprios chefes africanos passaram a organizar violentas entradas no
interior, para capturar africanos de tribos inimigas. Capturavam um elevado
número de homens, mulheres e crianças, que eram acorrentados e chegavam às
feitorias no litoral para esperar o embarque.
·
A
TRAVESSIA E A VENDA NA AMÉRICA – A duração da travessia variava de acordo
com o ponto de chegada: cerca de 35 dias para o Recife e de 60 para o Rio de
Janeiro. As condições da viagem eram péssimas e, por isso, o índice de
mortalidade era elevado. Isso explica por que, no século XIX, os navios
negreiros foram chamados de tumbeiros, uma alusão às tumbas, sepulturas. Nos
mercados próximos aos portos de desembarque, a população negra era exposta para
ser comercializada. Os preços variavam de acordo com o sexo, a idade e as
condições físicas.
·
A
VIOLÊNCIA CONTRA O ESCRAVO – Além dos trabalhos forçados, castigos eram
aplicados para controlar e reprimir os escravos nas fazendas. Eram utilizados
instrumentos, tais como: chicotes, troncos, gargalheiras, máscara de flandres,
algemas, correntes, palmatória. Os cativos que haviam fugido e eram capturados
pelos capitães-do-mato tinham que usar gargalheiras ou então, eram marcados com
a letra F de fujão, com ferro em brasa.
·
A
RESISTÊNCIA – Os africanos resistiam à crueldade da
escravidão usando meios pacíficos ou violentos. Muitos evitavam ter filhos ou
entravam em estado de profunda tristeza (chamado banzo), que muitas vezes os
levava à morte. Também resistiam de modo mais direto como roubar os pertences
do senhor, assassinar feitores, capitães-do-mato e familiares do senhor. A mais
significativa forma de resistência era a fuga. Porém, nem todo escravo era
bem-sucedido. Um capitão-do-mato podia capturá-lo, ou uma autoridade desconfiar
da sua condição de livre e devolvê-lo ao seu dono. Boa parte dos que conseguiam
fugir, embrenhavam-se nos matos e formavam quilombos, ou seja, aldeias de
escravos fugidos. Também chamados de mocambos, os quilombos eram aldeias
fortificadas que reuniam escravos fugidos, índios, escravos alforriados e
brancos pobres. O quilombo mais conhecido foi o Quilombo dos Palmares (em
terras localizadas onde hoje é o estado de Alagoas). Zumbi foi o mais famoso
chefe desse quilombo, por isso se tornou um símbolo para a cultura
afro-brasileira.
·
TROCAS
E CONFLITOS A CONVIVÊNCIA ENTRE SENHORES E ESCRAVOS – Depois de estudar a sociedade nordestina
do período colonial, o sociólogo pernambucano Gilberto Freyre concluiu que,
apesar da violência que a escravidão representou, teria havido mais integração
que conflito entre senhores e escravos. Exemplos: os filhos dos senhores
brincavam com crianças negras, muitas vezes crianças brancas dividiam o leite
materno com crianças negras, pois era comum a presença da ama-de-leite entre as
famílias coloniais.
·
UMA
SOCIEDADE MISCIGENADA – Outro exemplo da integração racial seria o
grande número de mestiços. Foi comum a prática de homens brancos, inclusive
proprietários de terras, manterem relações sexuais com negras ou mulatas, as
quais geravam filhos. Alguns desses filhos eram reconhecidos pelo pai como
filhos, outros recebiam alforria (liberdade) por meio do testamento deixado
pelo pai. Documentos também comprovam que alguns senhores se casavam com
escravas ou forras. Gilberto Freyre defendeu que no Brasil houve uma integração
racial que não se verificou em outros lugares da América.
·
SINCRETISMO
RELIGIOSO – Na América, santos católicos foram
associados a deuses das religiões africanas, resultando em uma nova tradição
religiosa. A religião dos africanos era vista pelos católicos como feitiçaria.
Para evitar pressões da Igreja e ocultar as divindades a quem dirigiam as
preces e agradecimentos, os escravos negros passaram a associar cada divindade
do candomblé a um santo católico. O sincretismo, portanto, foi um modo que os
escravos negros encontraram para preservar, ao menos em parte, as suas
tradições.
·
UM
MUNDO DE OPOSTOS – Historiadores como Jacob Gorender
discordam do sociólogo pernambucano Gilberto Freyre. Eles não negam as trocas
culturais entre negros e brancos, mas afirmam que essa visão esconde o traço mais
importante: a exploração e a dominação. A legislação proibia que um senhor
matasse, mutilasse ou castigasse demasiadamente um escravo, mas essas práticas
eram comuns. O grande número de mestiços revelaria também a violência que os
senhores exerciam sobre as escravas. Muitos senhores jamais reconheceram seus
filhos nascidos de uma escrava, mantendo-os na condição de cativos.
Fonte: http://vemfazerhistoria.blogspot.com.br/2009/11/sintese-escravidao-e-resistencia.html
Aluno: João Piraccini 2º A
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