O termo “Imperialismo” sugere, obviamente,
uma “Era de Impérios”; em grande parte trata-se disso mesmo. Mas,
conceitualmente falando, o Imperialismo do século XIX consistiu num tipo
de política expansionista das principais nações europeias, que tinha
por objetivo a busca de mercado consumidor, de mão de obra barata e de
matérias-primas para o desenvolvimento das indústrias.
Esse fenômeno de expansão dos países
europeus teve início a partir do momento em que, após as Revoluções
Burguesas dos séculos XVII e XVIII e da formação das nações modernas na
Europa (como Alemanha, Itália e França), houve um intenso processo de
industrialização desses países. A industrialização gerou, por
conseguinte, uma forte concorrência entre as nações, que passaram a
disputar territórios e estabelecer as suas fronteiras com exércitos
modernizados e uma sofisticada diplomacia. Esse processo acentuou
gradualmente o caráter nacionalista dos países europeus.
Ao mesmo tempo, a industrialização também
exigia uma integração econômica nunca antes vista. O capital gerado pela
indústria, isto é, toda a riqueza do processo de produção – desde
maquinários até produtos para consumo –, precisava de crédito e de
sustentação financeira. Os setores do capital financeiro (bancos e
bolsas de valores) passaram a se integrar com o setor das indústrias,
criando assim maneiras de estruturar a complexidade da economia mundial
integrada.
E, assim como nos séculos XV, XVI e XVII,
nos quais nações europeias como Portugal e Espanha promoveram a
colonização do continente americano (e dessas colônias extraíram
matérias-primas e nelas desenvolveram sistemas de organização política e
administrativa), as nações imperialistas industrializadas do século XIX
promoveram a colonização de regiões da África, da Ásia e da Oceania.
O processo de expansão para essas regiões
foi marcado por várias tensões e guerras. A África, por exemplo, teve
seu território divido nesta época entre as nações europeias, num evento
denominado Conferência de Berlim, ocorrido em novembro de 1884. Essa
divisão caracterizou-se pela completa arbitrariedade, tribos africanas
inteiras foram desagregadas com a divisão, enquanto que algumas se
mesclaram com outras que eram suas rivais históricas. A Inglaterra,
nessa época, ficou conhecida como o grande Império “onde o Sol não se
põe”, exatamente por conta de sua vasta expansão, que integrava grandes
países, como a Índia e a Austrália.
O Imperialismo chegou ao seu ponto de
saturação no início do século XX, quando as tensões nacionalistas se
tornaram mais veementes. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) é fruto
direto dessa saturação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário