quinta-feira, 16 de julho de 2015

Guerra dos Cem Anos: 116 anos de reviravoltas. Parte Final.

O Terceiro Período: Um Jogo de Reinados.


Esse período foi marcado por conflitos internos em ambos os países, esfriando a guerra externa. Na Inglaterra, sob o reinado do rei Ricardo II, houveram rebeliões camponesas e, posteriormente, a nobreza se envolveu para depor o rei. Em seu lugar assumiu o rei Henrique IV. Na França, a região de Borgonha tinha interesses próprios. O rei Carlos V morreu e o trono foi ocupado pelo herdeiro Carlos VI, de doze anos. A nobreza francesa dividiu-se em dois partidos: os armagnacs, partidários da família de Orléans, e os borguinhões, partidários dos duques de Borgonha. Os Borguinhões pretenderam tomar o poder e, após várias derrotas, aliaram-se aos ingleses. Ao lado da família real ficaram o irmão do rei, Luis de Orléans e Bernardo de Armagnac.



A crise interna na França despertou a ambição do rei inglês para reclamar o trono francês. A guerra civil francesa possibilitou a entrada inglesa na França. O rei Henrique V desembarcou na Normandia e tomou Harfleur e a seguir, conquistou Paris e outras regiões do norte. O Tratado de Troyes garantia à Inglaterra todo o território do norte, incluindo Paris e forçava o rei Carlos VI a deserdar do trono seu filho. Naquele ano, morreram tanto Carlos VI quanto Henrique V, o que faz com que as duas coroas (a da França e da Inglaterra) fossem herdados por Henrique VI, que ainda era uma criança recém nascida. Assim, a França encontrava-se dividida em dois reinos: nos territórios do norte, governava o rei inglês, apoiado pelos borguinhões; nos poucos territórios do sul, reinava o francês Carlos VII, com o apoio dos armagnacs.


O Quarto Período: A Salvadora da França.


É nesse momento que aparece em cena uma camponesa mística e visionária de Domrémy: Joana d'Arc, que conseguiu desarmar uma conspiração para matar o soberano. Os regentes do ineficaz Henrique VI foram perdendo o controle dos territórios conquistados para as forças francesas, sob a liderança de Joana d'Arc. Um exército fora armado para a defesa da França sendo liderado por uma mulher, o que era surpreendente e inesperado na época. Joana d'Arc lutava por seu rei e seu país e lançou a ideia de nação, fazendo com que os franceses sentissem-se parte de uma nação. Depois de agrupar um exército de mais de cinco mil homens e de várias conquistas militares e territoriais, em 1430, aprisionada pelos borguinhões, Joana D'Arc foi entregue aos ingleses, em Compiègne. Foi julgada herética por um tribunal eclesiástico e queimada na fogueira, em 1431, em Rouen.



Tomados pelo impulso do martírio de Joana d'Arc, os franceses enfrentaram bravamente os ingleses conquistando todos os territórios que estavam em posse da Inglaterra. O fim da guerra, em 1453, é dada pela captura da cidade de Bordeaux. Nenhum tratado foi assinado de forma a assinalar o fim das hostilidades. A rivalidade anglo-francesa, no entanto, ainda perduraria por muito tempo.



Extras:


A Guerra dos Cem Anos marca o final da Idade Média e anuncia a Idade Moderna.  A pólvora fora usada pela primeira vez na Guerra dos Cem Anos, pelas tropas inglesas. Joana d'Arc, heroína francesa no conflito, quase cinco séculos após a sua execução na fogueira por suposta prática de feitiçaria, foi canonizada pela Igreja Católica, em 1920, como Santa Joana d'Arc.
A Guerra dos Cem Anos durou 116 anos.


Rudi Henrrique 2ºA

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