Tudo começa quando João
Goulart (até então vice de Jânio Quadros) assume a presidência e propõe uma
reforma radical na estrutura agrária, econômica e educacional do país. Reforma
esta que continha fragmentos marxistas, e por tal razão foi duramente criticada
pelos conservadores. Diante disso, no dia 31 de março de 1964, tropas
paulistanas e mineiras saíram às ruas para protestar, e Jango, temendo uma
guerra civil, refugiou-se no Uruguai. Sem um representante ativo da nação, os militares
tomaram o poder e instituíram no dia 9 de abril o Ato Institucional Número 1
(AI-1).
No dia 15 de abril, foi eleito
pelo Congresso Nacional, o primeiro presidente do período, o general Castello
Branco. Seu mandato perdurou de 1964 a 1967, e se mostrou autoritarista,
dissolvendo partidos, cassando mandatos, e revogando direitos constitucionais
da população. Promoveu também o bipartidarismo, onde era permitido o funcionamento de apenas dois partidos. O MDB - Movimento Democrático Brasileiro
(Oposição de fachada, pois era controlada pelo governo) e o ARENA – Aliança
Renovadora Nacional (Partido do qual saíram todos os governantes futuros). No
final de seu mandato, o governo militar impõe uma nova constituição que
institucionalizava o regime militar.
Em 1967, assume o general
Arthur da Costa e Silva. Ficaram marcados neste mandato os protestos e greves
liderados por jovens com ideais esquerdistas. As guerrilhas urbanas começam a se
organizar e se fortificar para o revide. Para não deixar fugir ao seu controle,
o governo decretou o AI-5 (considerado o pior de todos), aposentando juízes,
cassando mandatos, extinguindo o direito do habeas
corpus e aumentando ainda
mais a repressão.
Por razões de saúde, Costa e
Silva foi substituído em 1969 por uma junta militar, com representantes da
aeronáutica, marinha e exército. Esta que como maior trabalho, decreta a lei de
Segurança Nacional, que definia o exílio e até pena de morte como punição para o crime de
guerra psicológica revolucionária.
O período entre 1969 a 1974
ficou conhecido como “anos de chumbo”, pois foi o mais árduo e repressivo
liderado pelo então presidente, Emílio Garrastazu Medici. Foi nessa época que
os meios de mídia e artísticos mais sofreram com a censura, tendo vários de
seus representantes investigados pelo DOI-Codi (instrumento de investigações e “defesa”).
Outra característica marcante deste período foi um grande crescimento econômico
do Brasil, que subsidiado por recursos externos implementou uma evolução
estrutural notável, gerando milhões de empregos por todo o país.
A guinada para a democracia
começa com o governo de Ernesto Geisel (1974-1979) quando a oposição começa a
ganhar espaço na Câmara e Senado, e por fim, põe por terra o AI-5.
O último general-presidente João Baptista Figueiredo decretou a Lei da Anistia para presos políticos, e apesar da repressão ter
continuado (mesmo que de forma clandestina), em 1979 o governo aprovou a volta
do pluripartidarismo e outros tantos partidos são criados.
Os últimos anos do regime
ditatorial foram conturbados pela instabilidade financeira causada pelo fim do “milagre
econômico” juntamente com a criação dos sindicatos trabalhistas. Entrou em cena
então, o famoso movimento “Diretas Já”, que
pedia eleições por voto direto. Este que mais tarde se mostrou infrutífero,
pois não foi aprovado pela Câmara. E no dia 15 de Janeiro de 1985, o Colégio
Eleitoral elegeu Tancredo Neves da Aliança Democrática (oposição organizada
pelo PMDB e Frente Liberal) e pondo um fim no poder militar e consigo, a
ditadura.
Tancredo não chega a assumir a
presidência, pois fica doente e morre, dando a mais alta cadeira da república
ao seu vice, José Sarney. E em 1988. durante seu mandato foi instituída a nova
constituição que deixava pra trás o período repressivo e tornava o Brasil, um
país democrático novamente.
Autor: Ademir Xavier
Fonte: http://www.suapesquisa.com/ditadura/
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