No dia 27 de março de 1964, o governador da Guanabara,
Carlos Lacerda, mandou a família para a casa de amigos e resolveu
dormir no Palácio Guanabara. O seu apelido era “O Corvo”, por
seu nariz adunco e sua participação na crise que levou ao suicídio
de Getúlio em Agosto de 1954, o conspirador via chegado a hora do
acerto de contas com seus inimigos políticos, ai abriu-se a revolta
dos marinheiros e o discurso de João Goulart no automóvel.
No começo de março, com a adesão do sempre cauteloso
general Castello Branco ao movimento, a relação de forças no seio
das três Armas começara a pender a favor do golpe. Mais ainda
pairava no ar o fantasma de confronto com o “dispositivo militar”
do presidente, comandado pelo chefe da casa Militar, general Assis
Brasil.
Na manhã de 31 de março, o general recebeu com
irritação a notícia de que a ala mineira da rebelião resolvera
precipitar os acontecimentos. Carlos Luiz Guedes, o comandante da
infantaria divisionária 4, o Olympio Mourão Filho, chefe 4 fora,
agiam em acordo com o governador Magalhães Pinto. Por volta das 7
horas da manhã do dia 31 de março, o general Castello Branco ligou
para Magalhães pedindo que convencesse Mourão a não deslocar seus
homens para o rio de janeiro. Não obteve sucesso, batizada de
“coluna Tiradentes” a tropa saiu de juiz de fora à tarde, sob o
comando do general Antônio Carlos Muricy, atingindo a divisa com o
rio de janeiro no final do dia.
Atraída pelo rumores, uma pequena multidão se
concentrou nos arredores do Palácio Guanabara, sarcasticamente, o
próprio Lacerda descreveu anos depois a movimentação então
apareciam no Guanabara uns velhinhos, uns almirantes reformados, uns
generais reformadíssimos, que saíam de casa com a sua pistoleira ,
mas apareceu também uma rapaziada enorme, gente para todo lado, que
ficava nas esquinas atrás das colunas.
Gradualmente a hipótese de confronto militar se
extinguia. As 7 horas, Mourão e seus comandados puseram-se de novo
em movimento. Alguns oficiais da força Aérea levantaram voo de
pirassununga com objetivo de atacar as colunas golpistas, mas não
receberam ordens para disparar.
Por alguns dias, para dar uma aparência de legalidade
ao golpe, a Presidência da Republica passou a ser ocupada pelo
presidente da câmara dos deputados, Ranieri Mazzilli. Conduzido ao
Planalto em um carro literalmente coberto por homens armados como
relatou o terceiro secretário da Embaixada Americana em Brasília.
Robert Bentley, Mazzilli tomou o poder na calada da noite. Ainda no
dia 2, os Estados Unidos reconheceram o novo regime. Começava o
peŕiodo da oficialmente chamada Revolução Democrática de 1964.
Fonte: História da Biblioteca Nacional
Aluno:Eduardo Ercolin 2° E
Nenhum comentário:
Postar um comentário