1- A partir
do século XI, com a reativação do comércio e da vida urbana, surgiu um novo
grupo social formado por mercadores que enriqueceram e se fortaleceram com a
atividade comercial: a burguesia. Esse grupo via no poder dos senhores feudais
um obstáculo para o crescimento e a prosperidade do comércio. Nos domínios de
cada propriedade, havia pesos e medidas diferentes, impostos diversos e abusos
praticados pelos senhores feudais. Assim, a burguesia procurou aproximar-se dos
reis em busca de apoio político capaz de limitar os poderes da nobreza. Por
outro lado, alguns monarcas, interessados em enfraquecer a nobreza feudal e em
fortalecer seu próprio poder, passaram a aproximar-se da burguesia, adotando
medidas a favor desse grupo social. Finalmente os pobres também viam na figura
real uma espécie de protetor contra as injustiças cometidas pelos senhores
feudais. Apoiando-se nesses conflitos de interesses e contando com o apoio da
burguesia mercantil, os reis puderam enfrentar e vencer a resistência dos
senhores feudais e concentrar poderes em suas mãos: tinha início a formação das
monarquias nacionais na Europa ocidental.
2- A Carta Magna foi uma resposta da nobreza à uma excessiva
centralização do poder real. Em 1215, o rei João Sem-Terra sofreu um cerco
pelas forças militares de um grupo de nobres, às margens do rio Tâmisa. Essa
reação da nobreza levou o monarca a atender às exigências de seus adversários,
contidas num documento posteriormente chamado Carta Magna. Ela proibia o rei
decretar novos impostos ou criar leis sem a aprovação do Grande Conselho,
formados por representantes da nobreza e do alto clero. Ela foi importante para
a organização política na Inglaterra porque deu início às futuras garantias que
iriam impedir a centralização total do poder real.
3- Na
França, a monarquia iniciou o processo de centralização durante a dinastia dos
capetíngios com o apoio da burguesia. Ao centralizar o poder, as novas medidas
tomadas favoreceram o comércio e contribuíram para ampliar o prestígio do rei
junto à população. O rei Felipe II (1180-1223) foi particularmente importante
nesse processo de centralização. Ele integrou membros da burguesia no seu
governo e delegou a cobrança de impostos e a fiscalização do comércio para
agentes administrativos. Posteriormente, Luís IX (1226-1270) criou uma moeda de
circulação nacional e ampliou o poder dos tribunais do rei (em oposição aos
tribunais sob controle dos senhores feudais). Finalmente, Felipe IV (1285-1314)
convocou uma assembléia conhecida como Estados Gerais, com representantes da
nobreza, do clero e da burguesia. Essa assembléia aprovou a cobrança de
impostos do clero, resolvendo uma disputa entre Felipe IV e o papa Bonifácio
VIII e, com isso, fortalecendo ainda mais o poder real.
4- A Guerra dos Cem Anos levou a França a um longo processo de luta
contra os ingleses que terminou com a unificação definitiva ao território e da
coroa francesa. Para expulsar os ingleses, a monarquia francesa havia
mobilizado os sentimentos de identidade do povo francês. Joana D' Arc, por
exemplo, foi uma liderança importante no conflito, estimulando os franceses a
lutarem, pois ela acreditava que havia sido enviada por Deus para derrotar os
ingleses. Esses fatores fortaleceram op Estado e o sentimento de identidade
nacional dos franceses.
5- Nos
primeiros séculos da era cristã, a península Ibérica foi ocupada pelos romanos,
que transformaram a região na província de Hispânica. Com as invasões germânicas,
a península foi ocupado pelos visigodos, povo de origem germânica. Em 711,
quase toda a região caiu sob domínio muçulmano. Tempos depois, os cristãos
deram início a ações de resistência à ocupação muçulmana, desencadeando lutas
descontínuas, conhecidas como Reconquista, que pretendiam expulsar os
muçulmanos da península. No século XI, essa ofensiva cristã se tornou
sistemática. A partir de então, em quatro séculos de luta, as cidades sob
controle muçulmano caíram uma após a outra, até que toda a península for
ocupada por reinos cristãos.
6- a) No segundo mapa, que mostra a
península em 1085, quando o Condado Portucalense foi entregue pelo rei Afonso
VI ao nobre francês Henrique de Borgonha.
b) Apenas
no último mapa, que mostra a península em 1212, quando muçulmanos detinham
apenas o Reino de Granada.
c) À
medida que os muçulmanos eram expulsos, reinos e condados cristãos expandiam
seus territórios. Lentamente, o processo de lutas, o sentimento de apego ao
território e a união de alguns reinos (por meio de casamentos ou disputas)
levaram à formação dos dois Estados nacionais, Portugal e Espanha.
7- Em 1383,
o último monarca da dinastia de Borgonha havia morrido sem deixar herdeiros. O
rei de Castela pretendia anexar Portugal ao seu território. A disputa dividiu a
sociedade portuguesa entre partidários da coroa de Castela e os que queriam a
manutenção da independência (especialmente, mercadores, uma parte da nobreza e
dos setores mais pobres da população). Em meio à disputa, a segunda facção
conduziu dom João ao trono para garantir a independência de Portugal e,
consequentemente, fortalecer o poder real.
8- Após a
união dos reinos, os reis católicos selaram com a Igreja uma aliança com o
objetivo de expulsar da Espanha muçulmanos e judeus. Em 1478, o papa Sixto IV
assinou uma bula autorizando a criação de um Tribunal do Santo Ofício na região
sob controle do governo. Para os reis da Espanha, o tribunal da Inquisição
funcionava como um abraço de seu poder. O tribunal deu início a um período de
intolerância e perseguições a dissidentes e opositores por razões religiosas e
políticas. Sob a ação da Inquisição, as reações contrárias à centralização do
Estado nas mãos de Fernando e Isabel, ou contra qualquer política do governo,
partissem essas reações de pessoas das camadas baixas da sociedade, de antigos
senhores feudais ou de representantes da burguesia, seriam sufocadas no
nascedouro.
ALUNOS: Isabela Bandini
Murilo Henrique Trombini
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