1.
Na segunda metade do século XIX, ocorreu uma série de fatos que
contribuíram par o fim da Monarquia. A origem social desse processo encontra-se
nas transformações socioeconômicas do período, com a aceleração da urbanização
especialmente no Sudeste e Sul. O trabalho escravo foi progressivamente
substituído pelo trabalho assalariado, com a vinda de imigrantes europeus. O
crescimento industrial também atraiu mão de obra europeia para as cidades
brasileiras. Houve ainda a expansão do setor de serviços, promovida pela
entrada do capital inglês, predominante na construção das ferrovias. Essas
transformações conduziram à ampliação das camadas médias urbanas e à intensificação
da vida cultural, fenômenos que contribuíram para a formação de uma opinião
pública capaz de se mobilizar pela cidadania republicana, contra a Monarquia
aristocrática e o trabalho escravo. Por outro lado, os fazendeiros de São Paulo
se viam excluídos do poder, visto que a composição política do Império não
refletia a importância econômica da região, privilegiando o Nordeste com um
grande número de representantes no Senado. A queda da Monarquia, porém, estaria
ainda associada também ao fortalecimento das correntes republicanas no Exército
e ao surgimento de republicanos de última hora, os cafeicultores do Vale do
Paraíba que consideravam o fim da escravidão um risco para suas lavouras e a
Monarquia como responsável pela Abolição.
2.
A Questão Religiosa surgiu em 1871, quando o imperador ordenou que os
bispos de Olinda e Recife reabrissem as irmandades religiosas religiosas
fechadas pelos prelados porque tinham relações com a Maçonaria. Os bispos não
acataram a ordem imperial, foram presos e condenados a trabalhos forçados(só
foram anistiados em 1875). A Questão Militar referia-se aos confrontos e
atritos entre o governo de dom Pedro II e os oficiais do Exercito provocados
pelo descontentamento dos militares por não terem direito a se manifestar
politicamente.
3.
A insatisfação de políticos liberais radicais, cafeicultores e
representantes das camadas médias do Rio de Janeiro e de São Paulo levou, em
1870, à criação do Clube Republicano. O porta-voz da nova organização era o
jornal carioca A república, dirigido por Quintino Bocaiuva. A
chamada Campanha Republicana ganhou mais impulso em 1873, quando políticos
ligados aos cafeicultores paulistas fundaram, na cidade de Itu, em São Paulo, o
Partido Republicano Paulista – PRP. O movimento não assumiu uma forma revolucionária,
sobretudo porque , em seu interior, havia grupos com interesse na manutenção da
escravidão, tema que não foi tratado, por exemplo, no Manifesto Republicano.
Esse grupo defendia uma transição sem o rompimento integral da ordem vigente.
4.
O manifesto defende que o regime de federação seria o único capaz de
garantir comunhão da família brasileira, isto é, a unidade do território e da
nação. Em contrapartida, a Monarquia representaria um regime contrário à
democracia e, por seu “caráter permanente e hereditário”, estaria eivada do
“vicio da caducidade”.
5.
Os moderados eram apoiados pelos grandes proprietários rurais e
propunham uma transição pacifica para o regime republicano, portanto, sem o
rompimento completo com a ordem vigente. Muitos, por exemplo, eram contrários
ao fim da escravidão. O grupo radical ou revolucionário era composto de
representantes das camadas médias uranas e acreditava que o Brasil deveria
passar por uma revolução semelhante à Revolução Francesa, com forte
participação popular. Alguns de seus lideres defendiam a morte da herdeira do
trono, a princesa Isabel e de seu marido, o conde D'Eu. Finalmente, os
militares adeptos ao positivismo defendiam a instalação de uma ditadura
republicana, inspirados pela filosofia do pensado francês Auguste Comte.
6.
Durante o ano de 1889, Quintino Bocaiuva, líder nacional do movimento
republicano, procurou aproximar-se dos militares em busca de apoio para a luta
contra a Monarquia. Em 11 de novembro daquele ano o marechal Deodoro da Fonseca
foi convencido por um grupo de políticos e apoiar a causa republicana. O
marechal relutou porque era amigo do imperador. Ao mesmo tempo, militares do
Rio de Janeiro fizeram contato com políticos paulistas, como Campos Sales e
Prudente de Morais, que apoiaram ideia de um golpe para derrubar a Monarquia. O
ato foi marcado para o dia 20 de novembro. Entregando, no dia 14 espalhou-se um
boato de que o marechal Deodoro seria preso como líder do levante. Na manha do
dia 15, Deodoro conduziu um batalhão a frente do prédio do ministério da Guerra
e depois todo o ministério ali reunido. No mesmo dia, José do Patrocínio e
outros lideres foram a Câmara dos vereadores do Rio de Janeiro e anunciaram o
fim da Monarquia, lembra tivessem duvidas se o marechal havia derrubado a
Monarquia ou apenas o ministério. Ao ser informado sobre os acontecimentos, dom
Pedro II ainda tentou reorganizar seu ministério, mas desistiu. Em 17 de
novembro embarcou com a família para Portugal.
ALUNO: João Vitor Alarcon Fernandes
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