Durante
os séculos XV e XVI, os europeus, principalmente portugueses e espanhóis,
lançaram-se nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico com dois objetivos
principais : descobrir uma nova rota marítima para as Índias e encontrar novas
terras. Este período ficou conhecido como a Era das Grandes Navegações e
Descobrimentos Marítimos.
Navegações
espanholas e os descobrimentos
A unificação
política da Espanha ocorreu somente em 1469, com o casamento dos reis
católicos, Fernando, de Aragão, e Isabel, de Castela. Com isso, os espanhóis se
fortaleceram e investiram contra os invasores que ocupavam ainda o sul da
península e, após sucessivas vitórias, tomaram Granada (1492), último baluarte
da dominação moura no continente europeu. A partir daí, desenvolveu-se uma
orientação uniformizada possibilitando o fortalecimento da burguesia mercantil,
anteriormente beneficiada por medidas pontuais dos reinos de Castela e Aragão:
no caso deste último, destaque-se a expansão mediterrânea no século XIV,
levando os mercadores aragoneses até a Sicília onde comercializavam panos,
gêneros alimentícios e especiarias. Em 1492, patrocinado pelos Reis Católicos,
Cristóvão Colombo, um navegador genovês, deu início ao Ciclo Ocidental de
Navegações, que consistia na busca de um caminho para o Oriente, navegando para
o Ocidente.
Em 1492, as
caravelas espanholas partiram rumo ao oriente navegando pelo Oceano
Atlântico. Colombo tinha o conhecimento de que nosso planeta era redondo,
porém desconhecia a existência do continente americano. Chegou em 12 de outubro
de 1492 nas ilhas da América Central, sem saber que tinha atingido um
novo continente. Foi somente anos mais tarde que o navegador Américo Vespúcio
identificou aquelas terras como sendo um continente ainda não conhecido dos
europeus. Em contato com os índios da América ( maias, incas e astecas), os
espanhóis começaram um processo de exploração destes povos, interessados na
grande quantidade de ouro. Além de retirar as riquezas dos indígenas americanos,
os espanhóis destruíram suas culturas.
Navegações Portuguesas
Portugal,
situado no Oceano Atlântico, a meio caminho entre o Mediterrâneo e o norte da
Europa, não tinha condições econômicas de concorrer com a Inglaterra. Assim,
viu na exploração da costa ocidental da África a superação da pobreza de um
país de população escassa e de solo de baixo rendimento agrícola.
Em
1385, após uma guerra contra a Espanha, ocorreu a ascensão de D. João I,- da
dinastia de Avis, ao trono de Portugal, com apoio da burguesia mercantil dos
portos, financiadora da luta.
Com
o país internamente unificado e pacificado, a monarquia portuguesa iniciou uma
política sistemática de exploração marítima da costa da África em busca de um
novo caminho para as Índias, que foi apoiada por nobres e burgueses
interessados em ouro, terras e especiarias.
As
navegações portuguesas tiveram também o sentido religioso de continuar na
África, para converter as populações pagãs africanas ao Cristianismo.
Além
disso, a conquista de um novo caminho para as Índias, via Oceano Atlântico, ia
ao encontro dos interesses da burguesia européia, desejosa em romper o
lucrativo comércio de produtos orientais, em mãos dos mercadores italianos e
árabes. Portanto a rivalidade entre as principais regiões comerciais da Europa
também estimulou os portugueses à conquista do Atlântico.
A conquista do litoral africano
A
conquista portuguesa do Atlântico teve início em 1415, quando uma expedição,
comercial e religioso ocupou e saqueou a cidade de Ceuta, importante centro
de comércio de ouro. A tomada de Ceuta interessava ao rei e à nobreza, por
representar novas terras, riquezas e prestígio; à burguesia, por suas
mercadorias; e a Igreja, por estender ao território africano a Guerra Santa
contra os infiéis.
Mas,
ela transformou-se numa frustração, pois os árabes passaram a evitar a cidade,
interrompendo o fluxo das cobiçadas mercadorias. Apesar disso, os portugueses
obtiveram, em Ceuta, importantes informações sobre a origem do ouro africano;
daí o interesse em penetrar nessa rota.
De
1419 a 146O, infante D. Henrique o Navegador, filho de D, João I. coordenou a
navegação lusa pelo litoral ocidental da África. A partir de 1421, caravelas
partiam anualmente de Lisboa, procurando contornar o Cabo Bojador, feito
conseguido em 1434 por Gil Eanes. Na costa da África, os portugueses
descobriram os arquipélagos desabitados da Madeira (1419), Açores (1439) e Cabo
Verde (1456), onde iniciaram a pratica pioneira de colonização ultramarina.
Os portugueses perceberam que, ao contrário do que diziam as
lendas medievais, as águas do Atlântico (Mar Tenebroso) não eram de difícil
navegação. Para proteger o comércio do ouro principalmente dos rivais europeus
eles construíram uma série de entrepostos comerciais, fortificados - as
feitorias - na costa africana, destacando-se os de Arguim (1445), de São Jorge
da Mina (1482) e de Axim (15O3).
Texto: Murilo Henrique Trombini
Larissa
Cristina Guslen
Isabela Bandini
Gabriel Coelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário