Desigualdade e violência no Brasil
O primeiro dado que salta aos olhos é o tamanho da desigualdade no
nosso país, que tem desde razões históricas muito arraigadas até razões
mais recentes. As explicações são muitas, mas os números são
impressionantes e explicam (ou ajudam a entender) muitos dos nossos
problemas e, em especial, nossa violência.
Segundo dados que consegui através da grande mídia, somos o 4o país
mais desigual da América Latina e o 12o mais desigual do mundo. realidade da
nossa classe média/média alta simplesmente não é a realidade do resto
do país. Mas, quando se vive nos mesmos ambientes “selecionados”,
perde-se a visão do todo. Toma-se a própria realidade como universal.A inda sobre o gráfico: pobreza não gera violência, desigualdade social sim. Este ponto é essencial.
Extremos:
- Marrocos, um país que fica situado em torno da 140a posição no IDH (com pequenas variações a cada levantamento). Um índice aparentemente terrível (e é mesmo), mas não há assaltos, violência urbana de origem econômica e nada assim. Digo isso (eu, Daniel) por experiência própria. Ao todo, já passei algo como 50 dias no país, conversei com as pessoas (nativos, turistas e estrangeiros residentes) e observei muito. Andei com minha câmera nas ruas das pequenas e grandes cidades de madrugada e, nessas caminhadas, vi mães com carrinhos de bebê e senhoras de idade. Para mim, é um termômetro da segurança. Não notei qualquer atitude ameaçadora vindo de qualquer pessoa, mesmo eu sendo claramente um turista estrangeiro (algo perigosos de ser no Brasil). Vale notar que o IDH não mede necessariamente a desigualdade (esse seria o índice Gini), mas aqui o ponto é: um país em tal posição no IDH é necessariamente pobre. Ainda assim, não é violento. Existem casos de violência, claro, mas são casos pontuais ou individuais, não é a violência espalhada na sociedade como a que se vê no Brasil.
- Marrocos, um país que fica situado em torno da 140a posição no IDH (com pequenas variações a cada levantamento). Um índice aparentemente terrível (e é mesmo), mas não há assaltos, violência urbana de origem econômica e nada assim. Digo isso (eu, Daniel) por experiência própria. Ao todo, já passei algo como 50 dias no país, conversei com as pessoas (nativos, turistas e estrangeiros residentes) e observei muito. Andei com minha câmera nas ruas das pequenas e grandes cidades de madrugada e, nessas caminhadas, vi mães com carrinhos de bebê e senhoras de idade. Para mim, é um termômetro da segurança. Não notei qualquer atitude ameaçadora vindo de qualquer pessoa, mesmo eu sendo claramente um turista estrangeiro (algo perigosos de ser no Brasil). Vale notar que o IDH não mede necessariamente a desigualdade (esse seria o índice Gini), mas aqui o ponto é: um país em tal posição no IDH é necessariamente pobre. Ainda assim, não é violento. Existem casos de violência, claro, mas são casos pontuais ou individuais, não é a violência espalhada na sociedade como a que se vê no Brasil.
- Holanda, país que também conheço (e que dispensa comentários sobre
segurança): rico e com a riqueza bem distribuída, o salário mínimo é no
máximo 4 ou 5 vezes menor do que a média das rendas mais altas
(excetuando os milionários que são mesmo exceção em qualquer lugar).
Casos de violência no sentido social mais amplo são quase desconhecidos.
A desigualdade é um dos grandes obstáculos que o Brasil tem que
superar e, para tanto, é preciso ter clareza sobre suas dimensões. É
preciso também ter honestidade intelectual para evitar partidarizar o
fato, seria hipocrisia ou mesmo má fé atribuir um quadro estrutural e
histórico a apenas esse ou aquele governo, esse ou aquele partido.
Somos um país desigual desde antes de sermos propriamente um país. Sem
perder de foco as questões imediatas, é fundamental também não perder a
perspectiva histórica.
O resto é estatística: os países igualitários são menos violentos,
simples assim. Se não for atacada a questão da desigualdade, as
soluções policiais emergenciais nunca conseguirão sanar a doença,
conseguirão no máximo, de forma efêmera, atacar os sintomas.
Por fim, proponho um exercício que, creio, você leitor já fez sem
querer. Se não fez, faça: que lugar você/sua família ocupa na pirâmide?
É fundamental, em especial aos oriundos das camadas mais ricas, ter
essa visão. E pode ser também um choque.
Post. Profaª Zilda
Fonte: http://historiaonline.com.br/2014/02/13/desigualdade-e-violencia-no-brasil/
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