Nesta quinta-feira
(26) os alunos João, Natalia, Thais e Gabriele realizaram uma discussão
pedagógica a respeito de crônicas: o que são e quais as principais
características, para que pudéssemos fazer uma de nossa autoria
(Trabalho de Português – Prof. Lídia).
Também realizamos
a leitura de inúmeras crônicas, e decidimos publicar a que chamou
mais a atenção de nós três: “A
feira” - de Willy Schumann
A feira
dia estava radiante, o sol já mostrava a sua
força nas primeiras horas da manhã de sábado. Estava a caminho da
feira. Os sábados pela manhã são ideais para se ir á feira. Eu
precisaria apenas comprar uma cabeça de alface.
A duas quadras da feira, quando estava
atravessando a rua, fui abordado por um rapaz que aparentava ter uns
19 anos.
- O senhor tem fogo? – indagou-me ele.
- Não – respondi – eu não fumo.
- O senhor pode me arrumar uns trocados?
Eu não sabia o que responder naquela hora, afinal
não era comum ser abordado todos os dias.
- Infelizmente não tenho nenhum trocado –
respondi.
Abruptamente o rapaz me mostra um pequeno
canivete.
- É um assalto.
- Você Está me assaltando porque eu não tenho
alguns trocados?
- Passa a grana!
- Se eu tivesse lhe dado algum trocado, ainda
assim você iria me assaltar?
- Talvez não. Chega de conversa e me passe a
carteira.
Entreguei a carteira a ele.
- Será que você poderia me fazer um favor?
- O que você quer? – respondeu ele
secamente.
- Preciso dos meus documentos e de uns trocados
para ir a feira, será que você pode me ajudar?
- Claro – respondeu ele, tirando os documentos
da minha carteira e me dando cinco reais.
- Obrigado.
O rapaz saiu apressado e sumiu na multidão.
A feira estava lotada e eu tentava passar com meu
carrinho de compras pelos estreitos corredores formados por barracas
e congestionados por pessoas que circulavam desordenadamente de um
lado para outro. Parecia que ali era o local onde se podia quebrar as
regras por algumas horas sem se culpar. A minha vontade era organizar
a coisa toda e gritar uma palavra de ordem para que eu pudesse andar
na minha mão sem que eu atropelasse uma sacola carregada de laranjas
e o cachorrinho da velhinha que insistia me olhar com cara de
enfezado, como se eu tivesse que dar a vez para ele passar com a sua
dona, que parecia estar sendo conduzida pelo quadrúpede.
Há muito custo consegui chegar à barraca das
hortaliças. Peguei uma cabeça de alface americana pelo preço de um
real: não teria pago setenta centavos na semana passada?
- Ô vizinho, subiu o preço é? –
pergunto.
- Infelizmente - respondeu o feirante, os custos
de transporte subiram muito, mas estão bem bonitas - completou ele.
Não tive alternativa a não ser levar a alface pra casa, afinal não
iria deixar de consumir o produto por ele ter subido de preço, mas
de qualquer forma deixei o meu protesto, mesmo que forma sutil, quase
despercebido, ou talvez o feirante tenha me convencido de que a alta
do preço está justificada pela qualidade do produto, mas para mim
parecia mais um assalto.
Esperamos,
depois de pronta, publicar a nossa em nosso blog. Fique atento
leitores, logo choverão cronicas no HistoriaOnlineCeem!