quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Corrupção: o ópio do povo.

     O cenário político brasileiro é crítico. E isso não é de hoje. Desde os primórdios da democracia brasileira, a população se deixa enganar pela eloquência, boa estirpe e propostas de alguns candidatos. Deste jeito, mesmo aqueles que preservam ainda os bons princípios, acabam por se corromper, sendo esta atitude voluntária ou compulsória.
     Sendo a aceitação dos eleitores imprescindível para a eleição, alguns candidatos utilizam de propostas não só pra o bem comum, como angariação de recursos para construção de escolas e hospitais, mas as transcende, propondo vantagens individuais ao eleitor, mesmo sendo esse ato, ilegal. As propostas são variadas, e vão desde cestas básicas, até medicamentos, e exprimem bem o significado da frase atribuída a Maquiavel, "os fins justificam os meios".
     Uma vez eleitos, tais políticos, caracterizados então, representantes do povo, utilizam de suas posições privilegiadas e do dinheiro público, provindo de desvios e contratos superfaturados, para alcançar seus objetivos. Exemplo disso, foi o Mensalão. Considerado por muitos o maior caso de corrupção no Brasil até hoje. Teve como articuladores, políticos importantes, tais como José Dirceu, José Genuíno, Delúbio Soares, e outros, que foram julgados e condenados pelo Supremo Tribunal Federal por crimes como corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, peculato, dentre outros crimes.
     E para resumir o péssimo estado da política brasileira, pode-se citar a famosa frase do filósofo inglês, David Hume, "o poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente". Partindo desse princípio, mesmo o absolutismo não sendo o modelo de Estado vigente no Brasil, deve-se minar o poder estatal, deixando-o prioritariamente com suas funções fundamentais, como proteção, ordem, saúde e educação. Juntando isso ao maior vigor na fiscalização por parte dos cidadãos, culminaria-se assim, em um ambiante menos propício à corrupção.

Autor: Ademir Xavier

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