Organizando
as Ideias
1. Proclamada a Republica, o Marechal
Deodoro da Fonseca anunciou a criação de um Governo Provisório que deveria
comandar o Brasil até a aprovação de uma nova Constituição, que só ocorreu em
1891. Logo nos primeiros dias de governo, o presidente dissolveu o Senado
e a Câmara dos Deputados, enquanto
muitos suspeitos de defender a monarquia foram presos. Nas palavras do
historiador Hamilton Monteiro, “instituía-se de fato uma ditadura, na medida em
que não havia nenhum órgão legislativo funcionando e que a constituição de 1824
deixava de viger”.
2. O texto constitucional traduzia
boa parte dos anseios dos cafeicultores paulistas. Além de afirmar o sistema
federativo e definir o presidencialismo como forma de governo, a Constituição
republicana estabeleceu a divisão do estado em três poderes- Legislativo,
Executivo e Judiciário-“harmônicos e independentes entre si”. Os senadores
deixavam de ser vitalícios e foi aprovada a separação ente o Estado e a Igreja.
A nova Carta estabeleceu também o voto universal masculino (mas somente homens
maiores de 21 anos de idade podiam votar). A duração do mandato presidencial
foi fixada em quatro anos. A escolha dos integrantes do poder Executivo deveria
ser feita por meio de eleições diretas.
3. A política dos governadores tinha
por base um pacto de reciprocidade e apoio mutuo entre os governadores e o
presidente da República. Pelo acordo estabelecido, haveria uma articulação para
que fossem eleitos somente os deputados federais que apoiassem o presidente. Em
troca, o presidente consideraria verbas para a realização de obras nos estados,
não interferiria nas nomeações para cargos públicos estaduais e usaria sua
influencia para impedir o avanço de grupos de oposição nessas regiões. No
âmbito estadual, a base de apoio dessa política era a aliança entre os governadores e os coronéis do
interior que controlavam, na esfera local, os resultados das eleições.
4. A pobreza dos trabalhadores,
decorrente da falta de terra (concentrada nas mãos dos grandes proprietários),
é o principal denominador comum entre as Guerras de Canudos e do Contestado.
Portanto, a situação de pobreza e abandono desses trabalhadores fez com que
milhares de pessoas buscassem amparo junto a lideres messiânicos que se diziam
porta-vozes do mundo divino na Terra. Além disso, a violência dos coronéis, que exploravam o
trabalho dos camponeses não admitiam contestações à sua autoridade, também
empurrava os pobres do campo para estes movimentos.
5. A pratica política de troca de
favores exercida pelos coronéis do interior ficou conhecida como clientelismo.
Por meio dessa prática, os coronéis obrigavam as pessoas que estavam sob sua
dependência (vizinhos, compadres, afilhados, moradores de suas terras) ou
pessoas que recebiam dele algum favor a votarem em candidatos de seu interesse.
Essas pessoas formavam o chamado “curral eleitoral” do coronel. Como o voto não
era secreto, os eleitores votavam sob a vista dos homens do coronel que
compunham a mesa eleitoral. Eram as chamadas “eleições a bico de pena”, pois os
resultados dependiam de quem, com pena e tinteiro, elaborava as atas
eleitorais.
6. O Convênio de Taubaté propunha ao
governo federal medidas de valorização do café, de modo a protegê-lo das crises
de comercialização do produto no mercado internacional. Pelo Convênio, as
sobras de exportação seriam compradas a preço fixo pelos governos estaduais. Isso faria com que
a oferta de café no mercado internacional parasse de crescer, permitindo a
estabilização dos preços, mantendo as margens
de lucro dos cafeicultores.
Caberia à União criar mecanismos para que os estados obtivessem empréstimos no exterior para financiar essa
política de valorização do café.
7. Pode-se dizer que as milícias locais
organizadas pelos coronéis, através da contratação de jagunços, acabaram saindo
de seu controle e passaram a atuar de forma independente, nos grupos do
cangaço. A violência e a ausência do poder jurídico do Estado são elementos que
possibilitaram ambos os fenômenos.
8. A anexação do Acre ocorreu como
resultado de um processo conturbado. O primeiro passo foi dado quando grupos de
brasileiros, interessados em explorar látex das seringueiras da região,
invadiram o território boliviano. O governo da Bolívia reagiu, enviando para lá
tropas que tentaram expulsar os invasores. Os brasileiros, contudo, conseguiram
derrotá-las e proclamaram a independência do Acre. Mas a disputa pelo controle
da região só terminou após a assinatura do Tratado de Petrópolis, em 1903. Pelo
acordo, o governo brasileiro teve de indenizar a Bolívia e o Bolivian Syndicate
para obter plena posse do Acre. Também ficou acordado que o governo brasileiro
construiria a ferrovia Madeira-Mamoré, ligando a Bolívia ao oceano Atlântico,
para facilitar o transporte da borracha a ser exportada.
Aluna: Larissa Cristina Guslen Rufino dos
Santos
Nenhum comentário:
Postar um comentário