quarta-feira, 6 de novembro de 2013

GABARITO- A República dos Cafeicultores (cap. 12)

Organizando as Ideias
1. Proclamada a Republica, o Marechal Deodoro da Fonseca anunciou a criação de um Governo Provisório que deveria comandar o Brasil até a aprovação de uma nova Constituição, que só ocorreu em 1891. Logo nos primeiros dias de governo, o presidente dissolveu o Senado e  a Câmara dos Deputados, enquanto muitos suspeitos de defender a monarquia foram presos. Nas palavras do historiador Hamilton Monteiro, “instituía-se de fato uma ditadura, na medida em que não havia nenhum órgão legislativo funcionando e que a constituição de 1824 deixava de viger”.
2. O texto constitucional traduzia boa parte dos anseios dos cafeicultores paulistas. Além de afirmar o sistema federativo e definir o presidencialismo como forma de governo, a Constituição republicana estabeleceu a divisão do estado em três poderes- Legislativo, Executivo e Judiciário-“harmônicos e independentes entre si”. Os senadores deixavam de ser vitalícios e foi aprovada a separação ente o Estado e a Igreja. A nova Carta estabeleceu também o voto universal masculino (mas somente homens maiores de 21 anos de idade podiam votar). A duração do mandato presidencial foi fixada em quatro anos. A escolha dos integrantes do poder Executivo deveria ser feita por meio de eleições diretas.
3. A política dos governadores tinha por base um pacto de reciprocidade e apoio mutuo entre os governadores e o presidente da República. Pelo acordo estabelecido, haveria uma articulação para que fossem eleitos somente os deputados federais que apoiassem o presidente. Em troca, o presidente consideraria verbas para a realização de obras nos estados, não interferiria nas nomeações para cargos públicos estaduais   e usaria sua  influencia para impedir o avanço de grupos de oposição nessas regiões. No âmbito estadual, a base de apoio dessa política era a aliança  entre os governadores e os coronéis do interior que controlavam, na esfera local, os resultados das eleições.
4. A pobreza dos trabalhadores, decorrente da falta de terra (concentrada nas mãos dos grandes proprietários), é o principal denominador comum entre as Guerras de Canudos e do Contestado. Portanto, a situação de pobreza e abandono desses trabalhadores fez com que milhares de pessoas buscassem amparo junto a lideres messiânicos que se diziam porta-vozes do mundo divino na Terra. Além disso,  a violência dos coronéis, que exploravam o trabalho dos camponeses não admitiam contestações à sua autoridade, também empurrava os pobres do campo para estes movimentos.
5. A pratica política de troca de favores exercida pelos coronéis do interior ficou conhecida como clientelismo. Por meio dessa prática, os coronéis obrigavam as pessoas que estavam sob sua dependência (vizinhos, compadres, afilhados, moradores de suas terras) ou pessoas que recebiam dele algum favor a votarem em candidatos de seu interesse. Essas pessoas formavam o chamado “curral eleitoral” do coronel. Como o voto não era secreto, os eleitores votavam sob a vista dos homens do coronel que compunham a mesa eleitoral. Eram as chamadas “eleições a bico de pena”, pois os resultados dependiam de quem, com pena e tinteiro, elaborava as atas eleitorais.
6. O Convênio de Taubaté propunha ao governo federal medidas de valorização do café, de modo a protegê-lo das crises de comercialização do produto no mercado internacional. Pelo Convênio, as sobras de exportação seriam compradas a preço fixo  pelos governos estaduais. Isso faria com que a oferta de café no mercado internacional parasse de crescer, permitindo a estabilização dos preços, mantendo as margens  de lucro dos cafeicultores.  Caberia à União criar mecanismos para que os estados obtivessem  empréstimos no exterior para financiar essa política de valorização do café.
7. Pode-se dizer que as milícias locais organizadas pelos coronéis, através da contratação de jagunços, acabaram saindo de seu controle e passaram a atuar de forma independente, nos grupos do cangaço. A violência e a ausência do poder jurídico do Estado são elementos que possibilitaram ambos os fenômenos.
8. A anexação do Acre ocorreu como resultado de um processo conturbado. O primeiro passo foi dado quando grupos de brasileiros, interessados em explorar látex das seringueiras da região, invadiram o território boliviano. O governo da Bolívia reagiu, enviando para lá tropas que tentaram expulsar os invasores. Os brasileiros, contudo, conseguiram derrotá-las e proclamaram a independência do Acre. Mas a disputa pelo controle da região só terminou após a assinatura do Tratado de Petrópolis, em 1903. Pelo acordo, o governo brasileiro teve de indenizar a Bolívia e o Bolivian Syndicate para obter plena posse do Acre. Também ficou acordado que o governo brasileiro construiria a ferrovia Madeira-Mamoré, ligando a Bolívia ao oceano Atlântico, para facilitar o transporte da borracha a ser exportada.

Aluna: Larissa Cristina Guslen Rufino dos Santos

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