quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Gabarito Cápitulo 7 - 3º Ano

  1. Na segunda metade do século XIX, ocorreu uma série de fatos que contribuíram par ao fim da Monarquia. A origem social desse processo encontra-se nas transformações socioeconômicas do período, com a aceleração da urbanização especialmente no Sudeste e Sul. O trabalho escavo foi progressivamente substituído pelo trabalho assalariado, com a vinda de imigrantes europeus . O crescimento industrial também atraiu mão de obra europeia para as cidades brasileiras. Houve ainda a expansão do setor de serviços, promovida pela entrada do capital inglês, predominante na construção das ferrovias. Essas transformações conduziram a ampliação das camadas médias urbanas e à intensificação da vida cultural, fenômenos que contribuíram para a formação de uma opinião pública capaz de se mobilizar pela cidadania republicana, contra a Monarquia aristocrática e o trabalho escravo. Por outro lado , os fazendeiros de São Paulo se viam excluídos do poder, visto que a composição política do império não refletia a importância econômica da região. Privilegiando o Nordeste com um grande número de representantes no Senado. A queda da Monarquiam porém, estaria ainda assocada também ao fortalecimento das correntes republicanas no Exército e ao surgimento de republicanos de última horam os cafeicultores do Vale do Paraíba que consideravam o fim da escravidão um risco para suas lavouras e a Monarquia como responsável pela Abolição.
  2. A Questão Religiosa surgiu em 1871, quando o imperador ordenou que os bispos de Olinda e Recife reabrissem as irmandades religiosas fechadas pelos prelados porque tinham relações com a Maçonaria. Os bispos não acataram a ordem imperial, foram presos e condenados a trabalhos forçados (só foram anistiados em 1875). A Questão Militar referia-se aos confrontos e atritos entre o governo de dom Pedro II e os oficiais do Exército provocados pelo descontentamento dos militares por não terem direito a se manifestar politicamente.
  3. A insatisfação de políticos liberais radicais, cafeicultores e representantes das camadas médias do Rio de Janeiro e de São Paulo
    levou, em 1870, à criação do Clube Republicano. O porta-voz da nova organização era o jornal carioca A república, dirigido por Quintino Bocaiuva. A chamada Campanha Republicana ganhou mas impulso em 1873, quando político ligados aos cafeicultores paulistas fundaram, ba cidade de Itu, em São Paulo, o Partido Republicano Paulista – PRP. O movimento não assumiu uma forma revolucionária, sobretudo porque, em seu interior, havia grupos com interesse na manutenção da escravidão, tema que não foi tratado, por exemplo, no Manifesto Republicano. Esse grupo defendia uma transição sem o rompimento integral da ordem vigente.
  4. O Manifesto defende que o regime de federação seria o único capaz de garantir a comunhão da família brasileira, isto é, a unidade do território e da nação. Em contrapartida, a Monarquia representaria um regime contrário à democracia e, por seu “caráter permanente e hereditário”, estaria eivada do “vício da caducidade”.
  5. Os moderados eram apoiados pelos grandes proprietários rurais e propunham uma transição pacífica para o regime republicano, portanto, sem o rompimento completo com a ordem vigente. Muitos, por exemplo, eram contrários ao fim da escravidão. O grupo radical ou revolucionário era composto de representantes das camadas médias urbanas e acreditava que o Brasil deveria passar por uma revolução semelhante à Revolução Francesa, com forte participação popular. Alguns de seus líderes defendiam a morte da herdeira do trono, a princesa Isabel e de seu marido, o conde D'Eu. Finalmente, os militares adeptos ao positivismo defendiam a instalação de uma ditadura republicana, inspirados pela filosofia do pensador francês Auguste Comte.
  6. Durante o ano de 1889, Quintino Bocaiuva, líder nacional do movimento republicano, procurou aproximar-se dos militares em busca de apoio para a luta contra a Monarquia. Em 11 de novembro daquele ano o marechal Deodoro da Fonseca foi convencido por um grupo de políticos a apoiar a causa republicana. O marechal relutou porque era amigo do imperador. Ao mesmo tempo, militares do Rio de Janeiro fizeram contato com políticos paulistas, como Campos Sales e Prudente de Morais, que apoiaram a ideia de um golpe para derrubar a Monarquia. O ato foi marcado para o dia 20 de novembro. Entretanto, no dia 14 espalhou-se um boato de que o marechal Deodoro seria preso como líder do levante. Na manhã do dia 15, Deodoro conduziu um batalhão à frente do prédio do Ministério da Guerra e depôs todo o ministério ali reunido. No mesmo dia, José do Patrocínio e outros líderes foram à Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro e anunciaram o fim da Monarquia, embora tivessem dúvidas se o marechal havia derrubado a Monarquia ou apenas o ministério. Ao ser informado sobre os acontecimentos, dom Pedro II ainda tentou reorganizar seu ministério, mas desistiu. Em 17 de novembro embarcou com a família para Portugal.
  7. A frase de Aristides Lobo refere-se à ausência de participação popular nos acontecimentos que conduziram à queda da Monarquia. Destes acontecimentos participaram apenas políticos, intelectuais e militares. Mesmo a movimentação das tropas do marechal Deodoro, em 15 de novembro, não parecia início de um golpe de Estado, mas uma parada militar.
    Aluno: João Vitor Alarcon

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