1.
Cidade de Deus (Paulo Lins)
Inaugurado em 1966, o
conjunto habitacional Cidade de Deus se tornou uma das maiores e mais violentas
favelas do Rio de Janeiro. Neste seu romance de estréia, Paulo Lins faz um
painel das transformações sociais pelas quais a favela passou: da pequena criminalidade
dos anos 60 à situação de violência generalizada e de domínio do tráfico de
drogas dos tempos atuais. Para redefinir a situação do lugar onde cresceu, Lins
usa o termo ´neofavela´, em oposição à favela antiga, aquela das rodas de samba
e as malandragens românticas. O livro se baseia em fatos reais. Grande parte do
material utilizado para escrevê-lo foi coletado durante oito anos de pesquisas
antropológicas sobre a criminalidade e as classes populares do Rio de Janeiro. ´Cidade de
Deus´ foi saudado como uma das maiores obras da literatura brasileira
contemporânea. O romance deu origem ao filme ´Cidade de Deus’.
2.
As melhores crônicas de Rachel de Queiroz
(Rachel de Queiroz)
Em sua atividade como
cronista, Rachel de Queiroz realizou alguns milagres (literários), como o de
interessar o leitor (vários tipos de leitores, no tempo e no espaço) durante
quase oitenta anos (exatos 77 anos). Deve ter batido alguns recordes. J. Carlos
dizia que os seus desenhos davam para cobrir toda a avenida Rio Branco. As
crônicas de Rachel devem igualar ou superar esse feito. E como o maravilhoso
caricaturista, sem nunca decair de suas qualidades habituais: o tom de
conversa, em ritmo quase nordestino, o domínio perfeito da língua, dosando com
sabedoria a contribuição popular e o rigor clássico, em frases que "se
movem em leves lufadas cômodas, variadas com habilidade magnífica" (Mário
de Andrade).
Rachel começou a colaborar na imprensa lá pelo ano de 1939, quando se transferiu do Ceará para o Rio de Janeiro. Como declarou, a imprensa foi a sua "trincheira". Dessa trincheira disparou artigos, reportagens, mas sobretudo crônicas – parte das quais estão recolhidas em treze livros –,crônicas que traçam uma espécie de autobiografia espiritual de sua autora, mas também um retrato colorido de oito décadas de vida brasileira: testemunhos sobre fatos históricos, quadros da vida carioca ou nordestina, perfis de figuras conhecidas ou populares interessantes, intimidades de famílias, reflexões sobre a vida humana, o tempo, a morte, o amor, que tudo está contido na vida, e a cronista tinha olhos de ver e amar (ou se indignar) com cada fato da vida.
Várias dessas crônicas são, na verdade, contos nos quais Rachel exercitava as suas qualidades de ficcionista. Era como uma mudança temporária de instrumento, a sanfona pela viola, ou vice-versa, sem jamais perder o tom e o ritmo ou deixar de fascinar o leitor. A sua conversa sempre enfeitiçava e continua enfeitiçando. É só começar.
Rachel começou a colaborar na imprensa lá pelo ano de 1939, quando se transferiu do Ceará para o Rio de Janeiro. Como declarou, a imprensa foi a sua "trincheira". Dessa trincheira disparou artigos, reportagens, mas sobretudo crônicas – parte das quais estão recolhidas em treze livros –,crônicas que traçam uma espécie de autobiografia espiritual de sua autora, mas também um retrato colorido de oito décadas de vida brasileira: testemunhos sobre fatos históricos, quadros da vida carioca ou nordestina, perfis de figuras conhecidas ou populares interessantes, intimidades de famílias, reflexões sobre a vida humana, o tempo, a morte, o amor, que tudo está contido na vida, e a cronista tinha olhos de ver e amar (ou se indignar) com cada fato da vida.
Várias dessas crônicas são, na verdade, contos nos quais Rachel exercitava as suas qualidades de ficcionista. Era como uma mudança temporária de instrumento, a sanfona pela viola, ou vice-versa, sem jamais perder o tom e o ritmo ou deixar de fascinar o leitor. A sua conversa sempre enfeitiçava e continua enfeitiçando. É só começar.
3.
Espumas Flutuantes (Castro Alves)
“Espumas flutuantes”
foi o único livro publicado em vida por Castro Alves. Abrange textos de caráter
épico-social, de amor, descritivos e traduções que revelam as influências do
autor. Nesta obra, o poeta procurou deixar um resumo de sua trajetória dedicada
à poesia e aos ideais de sua geração, manifestando sua visão do mundo e da
época em que viveu.
4.
São Bernardo (Graciliano Ramos)
Este livro conta a
história de Paulo Honório, um homem simples, que movido por uma ambição sem
limites, acaba transformando-se em um grande fazendeiro do sertão de Alagoas. A
obra traça o perfil da vida e do caráter de um homem rude e egoísta, do jogo de
poder e do vazio da solidão, onde não há espaço nem para a amizade, nem para o
amor.
5.
Papéis Avulsos (Machado de Assis)
Em "Papéis
Avulsos" está presente um dos mais famosos contos de Machado de Assis, "O
Alienista", que critica a ideia de ciência como verdade absoluta. A fé
cega na ciência é representada pelo médico Simão Bacamarte, que resolve
internar os loucos da cidade em um manicômio. Só que as concepções de loucura
de Bacamarte se estendem, e ele chega a internar cerca de 80% dos moradores da
cidade, causando grande revolta.
6.
Sagarana
O título do primeiro livro
publicado por Guimarães Rosa — Sagarana — é uma criação do autor, que juntou à
palavra saga (‘narrativa histórica ou lendária’) o sufixo tupi –rana, que
expressa a ideia de semelhança. Rosa achou o neologismo tão expressivo que
pediu que o conservassem em todas as traduções da obra. As nove narrativas que
compõem “Sagarana” são ambientadas no interior de minas gerais, região com a
qual o autor sempre manteve uma ligação estreita e fundamental. Apresentando a
paisagem e o homem de sua terra numa linguagem já então exclusiva, Guimarães
Rosa fez de “Sagarana” a semente de uma obra cujo sentido e alcance ainda estão
longe de ser inteiramente decifrados.
7.
O primo Basílio (Eça de Queirós)
Luísa vivia tranquila em seu
casamento com Jorge, com quem se unira mais por conveniência do que por amor.
Quando Basílio, primo de Luísa, chega à cidade, o sossego acaba. Ele a seduz, e
ela facilmente se apaixona, metendo-se em várias encrencas. Basílio não se
comove com a difícil situação em que Luísa se encontra e a abandona. O romance
é uma crítica à sociedade burguesa de Lisboa.
8.
O planalto e a Estepe (Pepetela)
Do encontro entre um
estudante angolano e uma jovem mongol, nos anos 1960, em Moscou, nasce um amor
proibido. Baseada em fatos verídicos, romanceados pelo autor, esta história põe
em evidência o vazio dos discursos ideológicos e palavras de ordem, que se
revelam sem relação com a prática. Política internacional, guerra,
solidariedade e amor, numa rota que liga um ponto perdido da África a outro da
Ásia, passando pela Europa e até Cuba. Uma viagem no tempo e no espaço de uma
geração cansada de guerra num mundo cada vez menor. Maravilhoso e comovente,
este é um romance sobre o triunfo do amor, contra todas as vontades e todas as
fronteiras.
9.
Farsa de Inês Pereira (Gil
Vicente)
Inês Pereira procura um
marido refinado. Dois casamenteiros trazem o pretendente, que Inês descobrirá
tarde demais ser um farsante, fingindo ser melhor do que era. Gil Vicente
mostra nesta peça a sociedade portuguesa do século XVI por meio do retrato do
comportamento, das ideias e expectativas de uma moça de vila às voltas com as
decisões relativas ao casamento. Um clássico indiscutível da língua portuguesa,
a "Farsa de Inês Pereira" é um saboroso retrato social e uma obra antológica
do grande dramaturgo português. Esta edição conta co uma introdução e notas de
rodapé para facilitar a compreensão do vocabulário arcaico.
10. Bagagem (Adélia Prado)
Apesar de escrever sonetos
desde os 14 anos, Adélia Prado só publicou seu primeiro livro - ´Bagagem´ - em 1976,
aos 40 anos e já mãe de cinco filhos. O motivo está na autocrítica que ela faz
da sua obra: ´Tudo que escrevi até ´Bagagem´ não têm nenhum valor literário.
São coisas que têm importância, para mim, afetiva, de um bom tempo da minha
vida.´ Lido e recebido com empolgação por Carlos Drummond de Andrade - que
indicou a publicação do livro - ´Bagagem´ foi escrito num entusiasmo de
fundação e descoberta. Emoções que, para a autora, são inseparáveis da criação,
ainda que nascidas, muitas vezes, do sofrimento. Os poemas também mostram sua
profunda religiosidade, que pode nascer do impacto da leitura de um texto
sagrado, de um olhar amoroso sobre um personagem ou da observação das coisas
simples da natureza.
Aluna: Larissa Cristina Guslen Rufino dos Santos
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