Frase:
O que me preoculpa não é o grito dos violentos, e sim o silêncio
dos bons
Desde
uma perspectiva antropológica e sociológica é ainda uma questão
polêmica e geradora de tensões e contradições, no contexto a
sociedade marca heterogeneidade cultural (como é o caso do Brasil).
Mais ainda, ao tratar da identidade negra, o próprio conceito de
raça, como pressuposto de determinação biológica, graças aos
mais recentes descobrimentos da genética, foi destituído do seu
status de cientificidade e de neutralidade biológica. Para algumas
correntes sociológicas, a identidade racial deve ser compreendida
como uma categoria socialmente construída, e não como uma realidade
biologicamente predeterminada. Quer dizer, o ser negro, ainda que
possa incluir componentes biológicos, não se esgota neles, mas é
parte de uma construção identitária, em que a identidade ou
identificação racial é também social e culturalmente construída.
Desde essa percepção da identidade negra como construção (e
consequentemente, como afirmação), Castells (1999), identifica três
processos: a identidade legitimadora, promovida por instituições
sociais dominantes, reforçando uma atitude de submissão dos
sujeitos; a identidade de resistência, configurada em atores em
condição social desfavorecida, que apresentam resistências ao
projeto dominador, mas ainda não chegaram a propor formas positivas
de construção identitária; e a identidade de projeto, na qual os
atores, com base nos materiais culturais disponíveis, constroem
novas identidades, redefinem seu lugar social e buscam mudanças na
estrutura social. Dentro dessa perspectiva da incorporação de
elementos positivos na construção da identidade negra como projeto,
uma alternativa interessante (muito presente e cada vez mais
constante no Brasil) é o destaque dado ao elemento cultural da
africanidade como fator de afirmação da negritude, com seus
derivados religiosos, lingüísticos e culturais. Candomblé samba
rap, hip-hop, irmandades religiosas, blocos afros e afoxés,
capoeira, teatro experimental negro, etc.
Aluno:
Fabio Schiller Guarnieri
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