Historicamente, o absolutismo remete a um determinado tipo de regime político que, em geral, predominou na Europa entre os séculos XVI a XVIII. Sua consolidação coincidiu com o fim do período medieval e o inicio da modernidade, sendo, assim, expressão política de um novo modelo de Estado que surgia naquele momento de transição: O Estado Absolutismo. A esse novo tipo de estado correspondeu também uma forma inovadora de monarquia: a Monarquia Absolutista.
Boa parte das nações acabou passado por revoluções burguesas que puseram fim ao Antigo Regime, nome pelo qual ficou conhecido esse período. Em várias delas, o regime escolhido para substituir o Antigo regime foi a República, como na França, com a sua Revolução de 1789. Em outras, uma monarquia constitucional como na Inglaterra, com sua Revolução Gloriosa.
A Ascensão do Poder Real.
O poder real cresceu ao mesmo tempo em que progrediu o Estado Nacional. O rei representava o ideal nacional, o interesse da nação. Exercia de fato o poder: baixava leis, organizava a justiça, arrendava a cobrança de imposto, mantinha o exercito, nomeava funcionários, tudo em nome do Estado que representava. As guerras acentuaram o sentimento de amor à pátria, cujo defensor era o rei. A concorrência comercial com outros países e a disputa dos mercados coloniais aguçou ainda mais as rivalidades e contribuiu para o fortalecimento do poder real.
Este poder crescente não resultou somente da vontade dos reis. Correspondeu a uma necessidade social. O rei atacou os particularismos das diferentes regiões do país e opôs-se aos privilégios das várias classes sociais.
A luta entre as classes sociais foi traço essencial do fortalecimento do poder real. O próprio rei instigou essa luta para sobrepor-se a ela. Protegeu o burguês, deu-lhe monopólios comerciais e industriais, arrendou-lhe os impostos, favoreceu- o na concorrência comercial contra os nobres e contra a Igreja. Também protegeu as corporações dos artesões contra os empresários capitalistas, assegurando seus direitos, e defendeu os artesões e comerciantes contra o proletariado. A burguesia tinha muito mais gastos que já foram diminuídas pela inflação e foram obrigados a aproximarem-se do rei, de quem receberam o governo das províncias e a guerra foi um meio de dar-lhes condições de subsistência, nisto também a pensão para seus filhos.
Em suma, o rei se equilíbrio sobre as duas classes sociais mais importantes, mostrando um ligeiro favoritismo para com a burguesia.
Nicolau Maquiavel deve ser visto como um dos primeiros teóricos do poder real. Na obra O Príncipe, considerava que o rei tinha de ser racional na busca do interesse do estado, o que justificava a utilização da violência. Para Maquiavel, o estado pairava acima dos indivíduos. Jean Bodin, em A Republica, afirmava que o poder do rei é ilimitado, assemelhando à autoridade do próprio pai. Thomas Hobbes, em Leviatã, considerava que o Estado assume as proporções de um monstro; propõe que, inicialmente, a sociedade vivia em estado natural, de completa anarquia, e que os indivíduos formaram o e3stado civil para se protegerem contra a violência; só assim o poder do soberano era ilimitado, porque fora fruto consentimento espontâneo. O mais importante entre todos os teóricos do poder absoluto foi Jacques Bossuet, bispo francês que escrever Política, cujas idéias foram tiradas das próprias palavras da Sagrada escritura. Para ele a autoridade do rei é sagradas e absolutas porque emana Deus.
O Absolutismo na Europa
Em Portugal, a burguesia ajudou D. João, o mestre de Avis, a conquistar o poder. A vitória da Revolução de Avis, em 1385, representou a vitória da classe mercantil, que iria patrocinar os descobrimentos marítimos.
A Espanha conheceu em 1469 a unificação política com o casamento da rainha Isabel de Castela com o rei Fernando de Aragão. Unificado, o reino espanhol reuniu forças para completar a expulsão dos árabes e, com a ajuda da burguesia, lançar-se às grandes navegações marítimas.
Na França, o longo processo de centralização do poder monárquico atingiu seu ponto culminante com o rei Luís XIV, conhecido como "Rei Sol": a ele atribui-se a frase "o Estado sou eu". Ao contrário de seus antecessores, recusou a figura de um "primeiro ministro", reduziu a influência dos parlamentos regionais e jamais convocou os Estados Gerais.
Na Inglaterra, o absolutismo teve inicio com Henrique VII, que apoiado pela burguesia, ampliou os poderes monárquicos, diminuindo os do Parlamento. No reinado da Rainha Isabel I, o absolutismo monárquico foi fortalecido, tendo inicio a expansão marítima inglesa, com a colonização da América do Norte. Contudo, após a Guerra Civil Inglesa, o Absolutismo feneceu na Inglaterra, com o rei gradualmente perdendo poderes em favor do Parlamento.
O Absolutismo e a Guerra
O estado absolutista foi um processo importante para a modernização administrativa de certos países. No campo militar, embora tenha apresentado alguns pontos fracos, foi responsável por grandes transformações. A centralização administrativa praticamente extinguiu os exércitos mercenários, sem, no entanto dispensar o emprego de estrangeiros. Criou uma burocracia civil que muito ajudou à manutenção de forças armadas. Desenvolveu formas compulsórias de alistamento que serviriam de base para o serviço militar moderno. Regulamentando o alistamento, diminuiu velhos abusos. Financiou e abasteceu efetivos cada vez maiores. Permitiu, por fim, a construção de dezenas de fortificações modernas.
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Texto: Crislayne
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