Os Estados Unidos conquistaram sua independência da Grã-Bretanha em 1783, e
logo começaram a expandir seu território. Naquele ano, as fronteiras à oeste
dos Estados Unidos foram estabelecidas no Rio Mississipi. Mais além, a oeste,
estava o vasto território da Louisiana, que pertenceu primeiramente à Espanha e
depois à França. Em 1803, o governante francês Napoleão Bonaparte vendeu a
Louisiana aos Estados Unidos. A aquisição duplicou o tamanho do país, movendo
sua fronteira ocidental para as Montanhas Rochosas.
À medida que colonizadores norte-americanos se assentavam no território de
Louisiana, alguns norte-americanos argumentavam que o país deveria aumentar as
suas fronteiras ainda mais à oeste. Essas pessoas acreditavam no Destino
Manifesto – a idéia de que os Estados Unidos estavam destinados a governar a
América do Norte, do Oceano Atlântico até o Pacífico. Muitos líderes
norte-americanos firmemente apoiavam esses pedidos de expansão territorial.
Mais territórios foram progressivamente anexados aos Estados Unidos. A
Espanha entregou a Flórida aos Estados Unidos em 1819. Em 1845, os Estados Unidos
também anexaram o Texas. Três anos depois, tendo vencido a guerra contra o
México, os Estados Unidos conquistaram a Califórnia e outras terras que hoje
constituem parte do sudoeste norte-americano. Em 1846, a Grã-Bretanha e os
Estados Unidos dividiram a região do Oregon. A incorporação de Gadsden, que
pertencia ao México, em 1853 e a compra do Alasca da Rússia em 1867 finalizaram
a constituição territorial dos Estados Unidos.
O governo norte-americano encorajou sua população a migrar para o oeste ao vender
terras nessa região por preços baixos ou até mesmo cedê-las para colonizadores
que desejassem cultivá-las. Quando um território tivesse um número suficiente
de colonizadores, ele requisitava fazer parte da União como um estado
norte-americano. Entre 1800 e 1848, o país aumentou de 16 para 30 estados.
A expansão norte-americana para o oeste fez surgir questões quanto à prática
da escravidão no país. Os estados do Norte, sendo os mais industrializados,
haviam banido a escrivão. O Sul, porém, que era uma região predominantemente
agrícola, contava fortemente com a mão-de-obra escrava. As duas regiões
norte-americanas estavam em constante conflito sobre a legalidade da escravidão
nos novos estados sendo formados.
As populações do Norte e Sul dos Estados Unidos discordavam também sobre
outros assuntos. O Norte, por exemplo, sendo uma região predominante
industrial, favorecia a adoção de tarifas de importação sobre bens
manufaturados. Já o Sul se opunha a isso, sabendo que isso resultaria em preços
mais altos de produtos importados da Europa. Outra disputa entre as regiões era
em relação à divisão de poder entre os governos federal e os governos estaduais
do país. O Norte alegava que o governo federal tinha soberania absoluta sobre
os estados; o Sul, porém, discordava.
Conflitos entre o Norte e Sul alcançaram um clímax em 1860, quando Abraham
Lincoln foi eleito presidente. A população do Sul se opunha firmemente ao novo
presidente, que havia prometido impedir a expansão da escravidão no país. Um a
um, os estados do Sul começaram a deixar a União. Estes estados formaram um
corpo chamado de Confederação dos Estados da América.
Abraham Lincoln
Em abril de 1861, a Guerra Civil irrompeu quando as tropas da Confederação
(Sul norte-americano) e da União (Norte norte-americano) enfrentaram-se no
estado da Carolina do Sul. A Guerra Civil norte-americano durou quatro anos e
foi lutada, em sua maioria, em território sulista. Apesar do Sul ser
militarmente superior, o Norte possuía uma população maior, melhor transporte,
mais recursos e fábricas para produzir armas e outros suprimentos. Estas
vantagens permitiram que o Norte esmagasse o Sul, que se rendeu em abril de
1865.
À medida que a Guerra Civil chegava ao fim, o presidente Lincoln anunciou
que iria agir generosamente com o Sul. Ainda assim, mesmo após a guerra, um
grande sentimento de amargura era sentido por ambos os lados da nação. O
assassinato de Lincoln, que ocorreu em menos de uma semana após o fim da
guerra, aumentou ainda mais a tensão no país.
De 1865 a 1877, um período da história norte-americana conhecido como a
Reconstrução, tropas da União ocuparam o Sul. A população negra, em particular,
se beneficiou com a Reconstrução. A Proclamação da Emancipação, emitida por
Lincoln em 1863, já havia libertado todos os escravos nas regiões sob o
controle da Confederação. Agora, os negros do Sul poderiam votar e concorrer a
cargos políticos. Muitos foram eleitos para servir em seus estados e governos
locais e no Congresso. Escolas públicas para crianças negras foram construídas
no Sul, dando a elas melhores oportunidades educacionais.
Em 1877, contudo, tropas federais deixaram o solo sulista. Os brancos da
região criaram leis que limitavam os direitos dos negros e instituíam a
segregação – separação – em todos os locais públicos. Os negros continuaram a
enfrentar o preconceito e discriminação também nos estados do norte. Levou
décadas para que os negros norte-americanos obtivessem progressos
significativos de igualdade em relação aos outros cidadãos do país.
Apesar destes problemas, o fim da guerra mais sangrenta dos Estados Unidos
deu aos norte-americanos motivos para ter esperança: a União havia sido
preservada. Os norte-americanos agora poderiam dedicar suas energias à
construção de uma grande nação.
A Modernização Econômica e a Expansão Estrangeira
A
industrialização nos Estados Unidos teve início no começo do século XIX. A
necessidade de produção em massa e a distribuição de bens durante a Guerra
Civil aceleraram a industrialização da América. Por volta de 1914, os Estados
Unidos eram o maior produtor de bens manufaturados.
A
industrialização nos Estados Unidos ocorreu com tamanha rapidez por causa da
enorme contribuição dos imigrantes. Entre 1865 e 1914, mais de 20 milhões de
pessoas de europeus e asiáticos imigraram para a América. A imigração, somada a
uma grande taxa de natalidade, quase triplicou a população do país durante esse
período. Os imigrantes forneciam a mão-de-obra necessária nas novas fábricas
que estavam sendo estabelecidas no nordeste e centro-oeste norte-americano.
Pessoas freqüentemente migravam das fazendas para as fábricas e, portanto, as
cidades norte-americanas cresceram rapidamente.
Durante
o final do século XIX, os Estados Unidos passaram a exercer influência em
assuntos de interesse mundial. Os norte-americanos estavam preocupados com as
políticas imperialistas da Espanha, particularmente em Cuba. Quando rebeldes
cubanos declararam sua independência da Espanha em 1895, muitos
norte-americanos desejavam apoiá-los. Durante dois anos, a tensão entre Espanha
e Estados Unidos cresceu, levando à Guerra Espano-Americana em 1898.
Os norte-americanos derrotaram os espanhóis em apenas quatro meses.
Como parte do acordo de paz, a Espanha declarou a independência de Cuba e
entregou duas de suas colônias – Porto Rico e Guam – aos Estados Unidos. Os
norte-americanos também conquistaram outra colônia espanhola – as Filipinas.
Naquele mesmo ano, o Congresso dos Estados Unidos anexou as ilhas independentes
do Havaí.
Com novas posses territórios e tendo se tornado uma poderosa nação, os
Estados Unidos passaram a influenciar eventos políticos na América Latina. Em
1903, quando a Colômbia não permitiu que os Estados Unidos construíssem um
canal através de seu território, os norte-americanos incentivaram uma revolta
no norte do país sul-americano. Os revolucionários colombianos declararam sua
independência, criando a República do Panamá. O governo recém-formado do Panamá
rapidamente concordou com a construção do canal pelos norte-americanos.
Os Estados Unidos estavam determinados a proteger o Canal do Panamá e outros
de seus investimentos na América Latina. Em 1905, o Presidente Theodore
Roosevelt anunciou o Corolário Roosevelt - Big Stick e. Essa nova política
estabelecia que os Estados Unidos cuidariam dos problemas de qualquer nação
latino-americana que não conseguisse manter a ordem ou pagar suas dívidas.
Durante os anos seguintes, os Estados Unidos enviaram tropas para a República
Dominicana, Cuba, Haiti e Nicarágua.
Muitos latino-americanos ressentiam o crescimento da influência e poder dos
Estados Unidos. Eles sentiam que o país havia se transformado de protetor em
agressor. Não obstante, estava claro que em pouco mais de um século, os Estados
Unidos haviam evoluído de uma recém-formada república para uma grande potência
internacional.