terça-feira, 22 de novembro de 2016

Crise do Café: A agonia da primeira república

1930 foi um ano difícil para os cafeicultores. O historiador Boris Fasto, diz que o valor das vendas externas do produto naquele ano declinou em mais de 35%. A causa principal dessa queda brusca das exportações do café foi a crise mundial do capitalismo.

Quebra da bolsa de Nova York
Em consequência a crise de 1929, vários países foram abalados economicamente. O principal motivo dessa crise foi a superprodução da indústria dos Estados Unidos, que cresceu além das necessidades dos mercados interno e internacional.
A queda brutal do valor das ações na Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929, foi o marco dessa crise. Levando muitas empresas e bancos à falência e milhões de trabalhadores estadunidenses ficaram, desempregados.

Recessão Econômica
Com a redução de vendas, os comerciantes estadunidenses reduziram suas compras. Que afetou gravemente a enonomia das nações que dependiam das importações dos Estados Unidos.
Assim como no Brasil, deixando de vender milhões de sacas de café para o mercado estadunidense, que causou um desastre econômico, que levou muitos cafeicultores brasileiros à falência e o país à recessão.
A crise do café afetou diversos setores da economia brasileira da época, pois a maior parte do capital das elites econômicas estava investida nesse produto.
A cafeicultura era a atividade econômica mais dinâmica, pelo valor de sua exportação e por toda a importação que custeia. Era produzido em unidades monocultoras, as fazendas de café são os principais núcleos de consumo das safras de alimento. O café também move o sistema de transportes, implantando estradas, ferrovias e portos para servi-lo.

Crise Política
O enfraquecimento econômico dos cafeicultures era também o declínio de seu poder, contribuindo para desestruturar as bases políticas que sustentavam a Primeira República. Se manifestou nas eleições de 1930, no momento de indicar o candidato presidencial à sucessão de Washington Luís.
As elites políticas de Minas Gerais e de São Paulo não chegaram a um acordo sobre o nome a ser indicado para a sucessão. Os políticos em São Paulo apoiavam o candidato Júlio Prestes, do Partido Republicano Paulista (PRP), que era governador do estado. Já os mineiros apoiavam Antônio Carlos Ribeiro de Andrade, que era o governor de Minas Gerais pelo Partido Republicano Mineiro (PRM).

Aliança Liberal
Com o rompimento do acordo da política do café com leite (desentendimento entre os partidários do PRP e PRM), agitou a cena  política do país, pois a oposição aproveitou o momento para conquistar espaço e formar alianças.
Nisso surge a Aliança Liberal (AL), agrupamento político que reunia líderes do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais e da Paraíba.
Nas eleições presidencias de 1930, a Aliança Liberal  lançou o governador gaúcho, Getúlio Vargas, para presidente da República e o governador paraibano, João Pessoa, para vice-presidencial.
Os dois candidatos tiveram apoio de diferentes grupos sociais e políticos, os renovadores queriam acabar com o esquema político tradicional da Primeira República, quanto aqueles que pretendiam apenas conservar o poder em suas mãos. Era o caso do governador de Minas Gerais, Antônio Carlos, que passou a apoiar a Aliança Liberal depois de ter rompido com o governo do estado de São Paulo.
AL apresentava um programa de reformas em que os principais pontos eram:
  •  instituição do voto secreto (para acabar com as fraudes eleitorais e a pressão dos coronéis);
  • a criação de algumas leis trabalhistas (regulamentação do trabalho dos adolescentes e das mulheres, direito de férias etc.);
  • incentivo á produção industrial
Esse programa era aceitado entre as classes médias urbanas e militares ligadas ao tenentismo, dada a semelhança entre as propostas dos dois.

Maria Isabela M.    2°C

Nenhum comentário:

Postar um comentário