Para falarmos sobre a censura da Era Vargas primeiro precisamos ver sobre o que aconteceu durante as eleições até chegarmos a censura.
Nas eleições de 1930 em que Júlio Prestes saiu vitorioso das eleições presidenciais, realizadas em dia 1 de março. Seu principal adversário, o candidato da AL, Getúlio Vargas, fora derrotado.
No entanto, os líderes da AL recusaram-se a aceitar esse resultado,afirmando que a vitória de Júlio não passava de fraude.
O clima de revolta após as eleições presidenciais de 1930 foi aumentando em várias regiões do país. Atribui-se ao governador mineiro Antônio Carlos uma frase que simboliza a tensão existente na época: Façamos a revolução, antes que o povo faça.
Essas palavras demonstram que as elites da Aliança liberal, preocupadas com as insatisfações populares, tinham consciência de que era preciso agir rapidamente para assumir o comando do processo político. Caso contrário, outros fariam. A revolta ganhou mais intensidade quando João Pessoa, candidato a vice-presidente pela AL, foi assassinado por motivos pessoais e políticos, em 26 de julho de 1930. Esse episódio levou à união e á organização das oposições contra o gorverno.
Reconhecendo o avanço da guerra civil, militares do Rio de Janeiro, liderados pelos generais Mena Barreto e Tasso Fragoso, aliaram-se aos revoltosos e depuseram o presidente Washington Luís, no dia 24 de outubro, poucas semanas antes de seu fim de mandato.
No dia 3 de novembro de 1930, no Palácio do Catete, o poder foi entregue a Getúlio Vargas considerado o chefe político do movimento de 1930.
Suas primeiras providências tomadas na presidência foram:
*Suspensão da constituição republicana de 1891;
*Fechamento dos órgãos de poder legislativo;
*Indicação de interventores militares ligados ao tenentismo para chefiar os governos estaduais.
Aos poucos o governo vargas se mostrou cada vez mais centralizador e também demonstrando interesse em defender as riquezas nacionais. Tudo isso assustou os opositores especialmente os de São Paulo, que desejavam a volta das práticas existentes na 1 república e temiam mudanças socioeconômicas.
Para enfrentar o governo federal, os líderes do partido Republicano Paulista formaram uma frente única com líderes do Partido Democrático que haviam apoiado a posse de Getúlio em 1930, mas estavam descontentes com a nomeação do interventor João Alberto Lins e Barros para governar São Paulo.
A oposição política passou a exigir a nomeação de um interventor civil e paulista para o estado. Cedendo a Essas pressões, o presidente Vargas nomeou Pedro de Toledo para a função, mas isso não foi suficiente para silenciar a oposição de São Paulo, que também pedia novas eleições e a convocação de uma assembleia Constituinte. Como ainda controlavam o viciado sistema eleitoral da região, os ricos fazendeiros paulistas acreditavam que, com novas eleições poderiam retomar o controle da situação.
Instalou-se, então em São Paulo, um movimento constitucionalista que alcançou as ruas, protestado contra o governo federal. Isso mobilizou parte da população. em 23 de maio de 1932, quatro estudantes do estado paulista morreram em confronto com a polícia, numa manifestação pública contra o governo federal. Esse fato exaltou ainda mais os ânimos.
Com as letras inicias dos nomes desses estudantes mortos, formou-se a sigla MMDC, que se tornou símbolo do movimento no estado. No dia 9 de julho de 1932, teve início a chamada revolução Constitucionalista, que mobilizou 30 mil pessoas armadas em São Paulo para lutar contra o governo federal.
Texto feito por Mario Henrique Reghini