1-
Na Idade Média, o comércio entre a Ásia e Europa dependia da
intermediação dos árabes, que controlavam as rotas para o Oriente,
de onde traziam mercadorias até entrepostos no mar Negro ou na
porção oriental do mar Mediterrâneo. Os comerciantes europeus (a
maioria venezianas e genovezes) se dirigiram até os entrepostos,
onde era possível adquirir produtos orientais para revendê-los na
Europa. Nesse circuito comercial, os preços chegavam a subir até 4
mil por cento, com enormes vantagens para os comerciantes árabes.
2-
a) Na Idade Média, os europeus não tinham conhecimentos marítimos
suficientes para se arriscar numa travessia pelo Oceano Atlântico,
que eles chamam de Mar Tenebroso. A respeito do Oriente também havia
poucas informações, a maioria originária do relato de Marco Polo
ou de outras fontes pouco confiáveis (em obras escritas por pessoas
que não haviam estado na Ásia). O desconhecimento provocava medo e
insegurança., estimulando histórias de monstros marinhos e imensos
abismos que destruiriam as embarcações.
b)
Em 1453, os turco-otomanos tomaram Constantinopla e dominaram o
Mediterrâneo oriental. Essa mudança provocou um grande aumento nas
taxas e impostos cobrados dos comerciantes europeus. Para contornar
esse problema, muitos mercadores passaram a procurar ou financiar
rotas alternativas em direção às Índias.
3-
A partir de meados do século XIII, os comerciantes portugueses
estabeleceram rotas marítimas que acompanhavam as costas da Europa
banhadas pelo Atlântico Norte, viajando com frequência para outras
regiões da Europa, como a Inglaterra e o norte da França. Com a
ampliação da circulação do dinheiro e o aumento do comércio,
ocorreu também a ascensão social da burguesia mercantil. A coroa
portuguesa afirmou com esse grupo social diversas alianças e
acordos, concedendo privilégios e garantindo o monopólio de
comércio por meio de restrições à atuação de mercadores
estrangeiros. Com a Revolução de Avis (1383-1385), o novo rei, dom
João I ampliou o apoio da burguesia e tomou a iniciativa militar de
expandir os domínios portugueses em direção à África. Quando seu
filho, dom Henrique, morreu, em 1460, Portugal já havia atingido a
região da atual Serra Leoa, na costa ocidental da África.
4-
A Escola de Sagres teve importância decisiva na história das
navegações portuguesas porque reuniu cartógrafos, astrônomos,
matemáticos e navegadores. Situados na vila mais ocidental da Europa
(Sagres), esses homens passaram a estudar o legado náutico deixado
por grandes povos do passado – fenícios, egípcios, gregos,
árabes, etc. Como resultado de suas atividades e estudos, foram
desenvolvidas cartas marítimas e criados ou aperfeiçoados diversos
instrumentos de navegação. Além disso, foi inventado um novo tipo
de embarcação, a caravela.
5-
Os portugueses conquistaram Ceuta em 1415; depois, entre 1420 e 1428,
avançaram para as ilhas da Madeira e dos Açores. Sempre em direção
ao sul, chegaram ao cabo do Bojados em 1434, e a Cabo Verde em 1456.
A conquista de Guiné se prolongou de 1434 a 1462, e a do Congo, de
1482 a 1485. Dois anos depois, em 1487, a expedição de Bartolomeu
Dias atravessa o Cabo da Boa Esperança, no extremo sul do continente
africano. Posteriormente, Portugal estabeleceu domínios em
Moçambique (1498) e Melinde (1499).
6-
A Igreja católica, por meio de bulas papais, estabeleceu o monopólio
português sobre o comércio no continente africano, definindo o
direito da Coroa portuguesa de capturar e subjugar sarracenos
(muçulmanos), pagãos (africanos) e qualquer outro “infiel” ou
inimigo de Cristo. Segundo a Igreja, essa política se justificava
pelo fato de promover a expansão da fé cristã e o domínio sobre
povos não cristãos.
7-
O primeiro passo dado pelo governo da Espanha na disputa pela
expansão marítima e pela conquista de novas terras foi financiar e
promover, em 1492, a viagem do genovês Cristovão Colombo, cujo
propósito era partir em direção ao Ocidente para chegar ao
Oriente. Para Colombo, isso era possível porque a Terra é esférica
e não plana, como se acreditava na Idade Média. Em outubro de
1492, Colombo desembarcava em terras desconhecidas dos europeus,
acreditando ter chegado às Índias. Na verdade, em sua viajem para o
Ocidente, ele havia encontrado o continente que mais tarde seria
chamado de América.
8-
O Tratado de Tordesilhas foi assinado pelos dois governos para
resolver os desentendimentos entre Portugal e Espanha a respeito de
novas terras. Com a chegada dos espanhóis à América, em 1492, sob
comando do genovês Cristovão Colombo, a Espanha reivindicava o
direito de monopólio sobre o novo território. Como não chegassem a
um acordo, os soberanos de Portugal e Espanha pediram ao papa
Alexandre VI que servisse de juiz. O Tratado de Tordesilhas definia
uma linha imaginária a 370 léguas a oeste da ilha de Cabo Verde. As
terras a oeste dessa linha, já descobertas ou que viessem a sê-lo,
seriam domínio espanhol. As terras a leste seriam de Portugal.
Alunos:João Vitor Alarcon
Larissa Guslen
Murilo Trombini