MEC cortará 50 mil
vagas de cursos mal avaliados
O Ministério da Educação cortará 50
mil vagas de cursos das áreas de Ciências Médicas, Administração e Ciências
Contábeis que obtiveram conceitos ruins no Sistema Nacional de Avaliação do
Ensino Superior (Sinaes). Os cortes, válidos para 2012, representarão 20% das
vagas oferecidas hoje nos processos seletivos, mas podem chegar a 65% em
instituições com mais problemas. Cursos de Medicina terão 446 vagas cortadas.
Mais
de 300 instituições serão supervisionadas porque tiveram, nos últimos três anos,
conceitos ruins como um todo. Entre elas estão 1 universidade - Universidade
Bandeirante de São Paulo (Uniban), com mais de 60 mil alunos em 46 cursos de
graduação -, 7 centros universitários e mais de 300 faculdades isoladas. As
instituições terão suas vagas congeladas e, no caso dos centros e da
universidade, perderão o direito de criar cursos e aumentar a oferta sem prévia
autorização do ministério.
O
anúncio foi feito ontem, quando o MEC divulgou o resultado do Exame Nacional de
Desempenho (Enade) das áreas de ciência da saúde e agrárias. O exame avaliou
2.176 instituições de ensino superior, das quais 683 - mais de 30% -
apresentaram índices 1 e 2, considerados insatisfatórios (a escala vai até 5).
A maior parte é privada - apenas 43 com índice ruim são pública.
Tiveram desempenho insuficiente 594
cursos, 27,2% dos avaliados. Desses, 504 passarão por supervisão e terão vagas
cortadas. Os demais, das áreas de agrária, ficarão de fora. "São poucos,
então ainda não faremos o processo. Mas isso não significa que não será
feito", afirmou Luís Fernando Massonetto, diretor de regulação do Ensino
Superior. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Avaliação do MEC reprova um em cada cinco cursos superiores
Dos
4.143 mil cursos avaliados em 2010 pelo Exame Nacional de Desempenho de
Estudantes (Enade), 594 não atingiram resultado satisfatório, com nota 1 ou 2
no Conceito Preliminar de Curso (CPC), indicador que varia em uma escala de 1 a
5. Entre os cursos avaliados, 1.115 ficaram sem conceito porque não tinham um
número mínimo de estudantes concluindo o curso.
Considerando
apenas as graduações que obtiveram CPC, as com nota baixa representam 20% do
total. Os cursos com CPC 4 ou 5 são considerado bons e os com nota 3,
satisfatórios. Cerca de 80% tiveram resultado entre 3 e 5 e só 58 cursos podem
ser considerados de excelência, com CPC máximo (5). O conceito leva em
consideração, além dos resultados do Enade, a infraestrutura da escola, o corpo
de professores e o projeto pedagógico.
O
Ministério da Educação (MEC) vai cortar vagas de todos os cursos que obtiveram
CPC 1 ou 2 em 2010 e que tenham registrado resultado insatisfatório em outros
ciclos do Enade (2008 ou 2009). A previsão é que 50 mil vagas sejam cortadas em
diferentes áreas até o fim de 2011. Para o ministro da Educação, Fernando
Haddad, o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes) baliza a
expansão das vagas da educação superior no país porque prevê medidas de
correção dos problemas para as instituições e cursos com baixos resultados.
"Para quem está fora dos
parâmetros de qualidade, o Sinaes estabeleceu os termos que os trazem para a
qualidade. Queremos que o sistema continue em expansão, mas com um freio
naqueles cursos que estão com problema", disse o ministro. Ele informou
que cerca de 95% dos cursos de medicina que passaram pelo processo de
supervisão do MEC por apresentar CPC insatisfatório em anos anteriores
melhoraram o desempenho em 2010.
Entre
os 19 cursos com CPC 1, quatro são oferecidos por universidades estaduais e o
restante, por instituições de ensino privadas.
UEL é terceira no Índice Geral de
Cursos
A Universidade Estadual de Londrina
(UEL) ficou em terceiro entre as instituições de ensino superior do Paraná no
Índice Geral de Cursos (IGC) divulgado ontem pelo Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação.
A
UEL registrou um IGC contínuo de 3,44 e ficou atrás da Universidade Federal do
Paraná (UFPR) e também da Universidade Estadual de Maringá (Uem) que registrou
3,66. A Faculdade Estadual de Direito do Norte Pioneiro (Fundinop), em
Jacarezinho, obteve um IGC maior (3,55) do que da UEL, mas apenas o curso de
Direito foi avaliado.
Apesar
da posição no ranking a diretora de Avaliação e Acompanhamento Institucional da
UEL, Martha Marcondes, comentou que o resultado da instituição pode ser
considerado bom. ''A Federal é uma universidade centenária e ficamos bem
próximos da UEM. No IGC fixo empatamos atingindo 4 pontos e o máximo é 5'',
comentou. No ranking nacional a UEL ficou na 53 posição.
Segundo
Martha, a universidade não se preocupa com rankings, mas acredita que o
resultado do levantamento do Inep serve para apontar onde se precisa melhorar.
De acordo com ela a infraestrutura, principalmente laboratórios, é um dos
quesitos mais carentes da universidade.
A
diretora de Avaliação destacou que cinco cursos da universidade alcançaram
conceito máximo, nota 5. Foram eles Medicina, Medicina Veterinária,
Biomedicina, Farmácia e Fisioterapia. ''Outros cinco cursos receberam conceito
4 (odontologia, agronomia, enfermagem, educação física e zootecnia)''. Onze,
dos 38 cursos da UEL fizeram a prova do Enade.
Entre
as instituições privadas de Londrina a Universidade Norte do Paraná (Unopar), o
Centro Universitário Filadélfia (Unifil) e a Faculdade Pitágoras alcançaram IGC
3. Por outro lado, o Instituto de Ensino Superior de Londrina (Inesul)
apresentou a menor nota - 2 - avaliada pelo MEC como insatisfatória. A
reportagem buscou contato com a Inesul ontem, mas foi informada de que diretora
estava viajando.
Pesquisa: Kassio
Fonte: Folha de Londrina