quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O PRIMEIRO DE ABRIL - O DIA SEGUINTE AO GOLPE MILITAR DE 1964

  No dia 27 de março de 1964, o governador da Guanabara, Carlos Lacerda, mandou a família para a casa de amigos e resolveu dormir no Palácio Guanabara. O seu apelido era “O Corvo”, por seu nariz adunco e sua participação na crise que levou ao suicídio de Getúlio em Agosto de 1954, o conspirador via chegado a hora do acerto de contas com seus inimigos políticos, ai abriu-se a revolta dos marinheiros e o discurso de João Goulart no automóvel.
No começo de março, com a adesão do sempre cauteloso general Castello Branco ao movimento, a relação de forças no seio das três Armas começara a pender a favor do golpe. Mais ainda pairava no ar o fantasma de confronto com o “dispositivo militar” do presidente, comandado pelo chefe da casa Militar, general Assis Brasil.
Na manhã de 31 de março, o general recebeu com irritação a notícia de que a ala mineira da rebelião resolvera precipitar os acontecimentos. Carlos Luiz Guedes, o comandante da infantaria divisionária 4, o Olympio Mourão Filho, chefe 4 fora, agiam em acordo com o governador Magalhães Pinto. Por volta das 7 horas da manhã do dia 31 de março, o general Castello Branco ligou para Magalhães pedindo que convencesse Mourão a não deslocar seus homens para o rio de janeiro. Não obteve sucesso, batizada de “coluna Tiradentes” a tropa saiu de juiz de fora à tarde, sob o comando do general Antônio Carlos Muricy, atingindo a divisa com o rio de janeiro no final do dia.
Atraída pelo rumores, uma pequena multidão se concentrou nos arredores do Palácio Guanabara, sarcasticamente, o próprio Lacerda descreveu anos depois a movimentação então apareciam no Guanabara uns velhinhos, uns almirantes reformados, uns generais reformadíssimos, que saíam de casa com a sua pistoleira , mas apareceu também uma rapaziada enorme, gente para todo lado, que ficava nas esquinas atrás das colunas.
Gradualmente a hipótese de confronto militar se extinguia. As 7 horas, Mourão e seus comandados puseram-se de novo em movimento. Alguns oficiais da força Aérea levantaram voo de pirassununga com objetivo de atacar as colunas golpistas, mas não receberam ordens para disparar.
Por alguns dias, para dar uma aparência de legalidade ao golpe, a Presidência da Republica passou a ser ocupada pelo presidente da câmara dos deputados, Ranieri Mazzilli. Conduzido ao Planalto em um carro literalmente coberto por homens armados como relatou o terceiro secretário da Embaixada Americana em Brasília. Robert Bentley, Mazzilli tomou o poder na calada da noite. Ainda no dia 2, os Estados Unidos reconheceram o novo regime. Começava o peŕiodo da oficialmente chamada Revolução Democrática de 1964.
Fonte: História da Biblioteca Nacional
Aluno:Eduardo Ercolin 2° E

Nenhum comentário:

Postar um comentário